Renault F1: Dores de crescimento

    No meio de todo este negativismo, houve pontos positivos. Os motores finalmente conseguiram estar a par da Mercedes ao nível da potência, existindo ainda algumas dúvidas relativamente à sua fiabilidade, mas, ainda assim, uma clara evolução face anos anteriores, os quais, particularmente na Red Bull, os motores da Renault eram um poço de problemas mecânicos e de potência.

    Este pode ser um ano decisivo para a Renault. Não há falta de recursos como numa Williams, mas há uma certa falta de vontade da parte de quem disponibiliza esses recursos. É conhecido que as chefias do gigante automóvel Renault, não são grandes adeptos da Fórmula 1, tendo desde sempre colocado entraves a nível orçamental desde que a equipa chegou em 2016. Não havendo resultados a curto prazo, isso pode significar o final da Renault como equipa mais uma vez e, por isso, para 2020, a equipa francesa colocou as cartas todas na mesa.

    O julgamento sobre a decisão de Daniel Ricciardo ainda está em aberto
    Fonte: Formula 1

    Para além de Daniel Ricciardo, Esteban Ocon entrou na equipa para substituir Nico Hulkenberg. O jovem francês é largamente considerado um dos pilotos mais promissores da Fórmula 1, e a revolta dos fãs por ter sido retirado da Racing Point por não ser filho de Lawrence Stroll foi grande. Porém, este não foi um ano de descanso para Ocon, se é que para ele existe o conceito de descanso, sendo um viciado em exercício físico e condicionamento. Este foi um ano de aprendizagem com a melhor equipa da Fórmula 1 e com aquele que é potencialmente o melhor piloto, falo obviamente da Mercedes e de Lewis Hamilton. Ocon era o próximo na linha para substituir Valteri Bottas, mas cansado de esperar, foi libertado do programa de pilotos da equipa alemã para poder ir para a equipa da sua terra natal.

    Este ano, mais uma vez, a rivalidade no segundo pelotão vai estar acesa, as equipas não querem deitar 2020 ao lixo, mas também não querem desleixar-se para 2021, com o advento das novas regras. A Renault só tem de fazer muito melhor do que em 2019, mas a McLaren mostra sinais de crescimento, assim como a Racing Point, que é sempre estupenda com poucos recursos, e este ano pôde desenvolver o seu monolugar com muito mais dinheiro. 2020 e 2021 podem definir o futuro de várias equipas, e a principal será mesmo a Renault. Eles têm a equipa, e têm os recursos, agora é aguentar as dores de crescimento e passar ao gigantismo.

    Foto de Capa: Formula 1

    Artigo revisto por Inês Vieira Brandão

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    O Luís tem 21 anos e é de Marco de Canavezes, tem em si uma paixão por automobilismo desde muito novo quando via o Schumacher num carro vermelho a dominar todas as pistas por esse mundo fora. Esse amor pelas 4 rodas é partilhado com o gosto por Wrestling que voltou a acompanhar religiosamente desde 2016.                                                                                                                                                 O Luís escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.