Em 1956, já na Maserati (após a retirada da Mercedes) volta a ficar atrás de Fangio no campeonato de Fórmula 1 por apenas 3 pontos, mas sucede-se uma decisão surpreendente, junta-se à equipa britânica Vanwall para a temporada de 1957, querendo correr numa equipa da sua terra natal, para tentar, finalmente, destronar os italianos e alemães. Neste ano, volta a ficar em segundo lugar, incapaz de conter a dupla Fangio/Maserati.
Chegando a 1958, o seu maior rival, Fangio, retirou-se da Fórmula 1, e surge a oportunidade de ouro para Stirling Moss vencer o seu primeiro campeonato, porém, num revés surpreendente, acaba por perder para Mike Hawthorn por apenas um ponto graças a um dos maiores atos de desportivismo já vistos na Fórmula 1.
Após vencer o Grande Prémio de Portugal, o seu rival, Hawthorn, foi penalizado pelos comissários, por supostamente fazer marcha atrás na pista. Stirling Moss defendeu o seu amigo, o que permitiu que este mantivesse os seis pontos conseguidos na segunda posição da corrida, e acabasse por vencer o campeonato por apenas um ponto.
Durante o resto da sua carreira, Moss esteve sempre perto, mas nunca conseguiu um campeonato, acabando por se retirar, durante o seu auge, em 1962. Um acidente grave ao volante de um Lotus 19, deixou-o em coma durante um mês, e com paralisia temporária do lado esquerdo do seu corpo.
Stirling Moss foi um dos pilotos mais versáteis de todos os tempos, com vitórias nos 1000KM de Nurburgring, 12 Horas de Sebring e na Mile Miglia, competindo até no Rallye de Monte Carlo e, por pouco, não venceu o Campeonato do Mundo de Fórmula 1, pelo menos duas vezes.
O britânico era, para além de um ás ao volante, a personificação do glamour dos anos 50 na Fórmula 1, sendo também, como as suas ações o demonstraram, um homem a favor do desportivismo.
Presente num mundo em que ao mínimo erro a morte espreitava, Stirling Moss elevou ainda mais a sua lenda, ao ser um dos que sobreviveu, acrescentando a isso um currículo invejável, a que só falta o merecido título de Fórmula 1. O Mr. Motor Racing deixou de estar entre nós no passado dia 12 de abril, mas a sua lenda, essa irá perdurar.
Artigo revisto por Diogo Teixeira
Foto de Capa: Formula 1