E, obviamente, a notícia mais sonante é a da mudança de Jorge Lorenzo para a Ducati. Após 3 títulos de campeão de Motogp com a Yamaha, este será o maior desafio da sua carreira, até ao momento. Terá em Dovizioso um companheiro de equipa, escolhido em detrimento de Iannone, e provavelmente será o melhor indicador das evoluções da Ducati neste início de época, que se esperará uma moto mais fácil de conduzir, mas com o mesmo desempenho em velocidade de ponta.
O ano de 2016 foi um bom ano para a Ducati, dado que depois de ganhar as duas primeiras corridas desde 2010 e de fazer alguns bons pódios, apostaram em Lorenzo para, este ano, voltar a tentar o feito de Casey Stoner em 2007: o título mundial.
Dentro do mundo Ducati, a OCTO Pramac Yakhnich contará com os pilotos Danilo Petrucci e Scott Redding, a Aspar Team com os pilotos Karel Abraham (de regresso após ter estado sem sucesso nas SuperBikes) e Alvaro Bautista e a Avintia Racing com Hector Barbera e Loris Baz.
A surpresa poderá muito bem ser de Andrea Iannone. Passou de dispensado da Ducati para a Suzuki, que anunciou uma mudança radical na sua máquina para 2017. Terá como colega Alex Rins (promovido da classe Moto2) e ambos vão ter bastante a provar nesta nova temporada de MotoGP. Vamos ver se a máquina corresponde ao pretendido.
A acompanhar com bastante atenção, existe também a Red Bull KTM Factory Racing: um regresso que contratou os experientes pilotos Pol Espargaro e Bradley Smith, colegas de equipa também na Monster Tech 3 em 2016, que terão certamente um período de adaptação, principalmente ao quadro de aço da nova KTM.
A Aprilia irá contar com o estreante Sam Lowes e o antigo piloto da Suzuki, Aleix Espargaro.
Apesar de este ano ainda não pertencer ao MotoGP, temos de dar especial destaque ao nosso piloto Miguel Oliveira, que deixa a equipa da Leopard Racing para voltar à KTM, num novo projecto em Moto2. Já foi dito pelo próprio que o objectivo será fazer o melhor resultado possível para que no próximo ano consiga ingressar na classe rainha. Vamos todos torcer por isso.
São poucas as novas regras para 2017 e serão essencialmente para as corridas onde será permitida a troca de motos, sendo que agora apenas poderão estar quatro mecânicos devidamente equipados com os capacetes e em que um deles terá a “missão” de carregar na embraiagem da moto que irá ser utilizada.
Sobre o tema controverso das “asas” banidas, parece que a Yamaha foi a primeira a mostrar uma solução, ao colocar umas “asas” interiores. Veremos se conseguem ter a mesma aerodinâmica.
Digo que será a temporada mais imprevisível de sempre, não só pela qualidade dos pilotos ou pela adaptação das motos, como também pelos pneus Michelin e até pelos pequenos detalhes, pois creio que o foco estará nas saídas de curva, ao contrário do que acontecia o ano passado.
Concluo dizendo que a rivalidade irá certamente aumentar e, por isso, será importante a divulgação do “respeito motard“, que sempre existiu mas que se tem vindo a perder: as velhas maneiras que me foram incutidas quando entrei neste mundo de duas rodas, o cumprimentar e ajudar um companheiro de duas rodas quando parado na estrada.
Apoiem mais, critiquem menos.
Artigo revisto por: Francisca Carvalho