As Figuras e os Momentos que marcaram 2018

    ANDEBOL

    Figura do Ano Internacional

    Carlos Ruesga – Não havia volta a dar. Desde o momento em que pisou um pavilhão em terras lusas, que Carlos Ruesga se firmou como o melhor jogador a atuar em terras portuguesas. 

    O experiente central espanhol, que passou por clubes como Portland San Antonio, Barcelona, Veszprém e agora Sporting CP, veio dar a experiência e magia que faltava, não só ao plantel do Sporting CP, mas também ao campeonato português. 

    Desde que chegou a Portugal, em 2016, Ruesga já atingiu um Bi-Campeonato Nacional, uma Taça Challenge e, este ano, já auxiliou a equipa de Hugo Canela a passar a fase de grupos da Liga dos Campeões pela primeira vez na sua história. 

    Mais do que a qualidade técnica e incrível leitura de jogo, o central espanhol trouxe uma voz de comando, tornando-se várias vezes um treinador dentro de campo, uma autêntica extensão de Hugo Canela no terreno de jogo. Sempre que a equipa necessita de um golo aparece Ruesga. Quando a equipa parece desorientada e é necessário acalmar o jogo, aparece Ruesga. 

    Não devem ser só os adeptos Sportinguistas que devem estar contentes com a vinda de Carlos Ruesga para Portugal. Todo o amante de andebol deve ficar contente por ver as grandes estrelas mundiais jogar e quando temos o privilégio de as ver competir no nosso campeonato, então a única coisa que devemos fazer é encostar-nos na nossa cadeira e apreciar. 

    Figura do Ano Nacional

    Fonte: Sporting CP

    Hugo Canela – É preciso recuar 37 anos para reencontrar um Sporting bicampeão nacional de andebol. Nunca uma equipa portuguesa tinha passado a fase de grupo da Liga dos Campeões no formato atual. Podia continuar a enumerar feito do Sporting de Hugo Canela, mas o objetivo é sagrar o treinador português dos leões como a Figura Nacional do ano de andebol.

    O trabalho realizado até agora é de louvar. É verdade que os recursos são muitos – em Portugal, os verde e brancos são o clube com maior orçamento – mas também é verdade que a equipa corresponde às expectativas dos adeptos e não se cansa de vencer. O treinador pegou na equipa numa altura complicada e ergueu a confiança dos jogadores. Atualmente lidera um grupo mais coeso, mais potencializado e, acima de tudo, mais vencedor. 

    Neste momento, comanda uma equipa com uma força ofensiva enorme e que se superioriza aos rivais a maior parte das vezes. O ano que se segue vai ser de grandes decisões para o clube de Alvalade, que se pode qualificar para a fase de eliminatória da Liga dos Campeões (um acontecimento inédito para equipas portuguesas) e uma possível revalidação do título de campeão nacional.

    A equipa dos leões tem cumprido os objetivos e alcança vitória atrás de vitória. Hugo Canela já contribuiu e muito para o desenvolvimento da modalidade e é a figura do ano do andebol nacional. Ainda é jovem e tem uma carreira que promete ser brilhante e cheia de grandes feitos. Dois campeonatos seguidos pelo Sporting colocam-no num patamar de treinadores de elite em Portugal.

    Momento do Ano Internacional 

    Fonte: EHF Champions League

    Montpellier vence a Liga dos Campeões 15 anos depois! – O Montpellier é um dos históricos do andebol mundial. A equipa, fundada em 1982, conta no seu palmarés com 14 campeonatos, 13 Taças de França, 10 Taças da Liga e atingiu o auge no ano de 2003, quando venceu a sua primeira Liga dos Campeões, batendo na final o Portland San António de Espanha por um resultado agregado de 46-50 (27-19 na 1ª mão e 19-31 na 2ª). 

    No entanto, a equipa sofreu um pouco com a chegada dos investidores ao PSG, que tornaram a equipa da capital a grande força do andebol francês ao investirem quantidades de dinheiro nunca antes vistas na equipa. Não só isso, mas o crescimento do Nantes veio aumentar as dificuldades no plano interno. 

    Foi assim que, na época 2017/2018 que agora terminou, o Montpellier entrou na Liga dos Campeões no grupo D, teoricamente o mais fraco de todos, onde encontrou equipas como o Sporting CP, Besiktas e Metalurg. Sem grandes dificuldades, passou em primeiro lugar do grupo com oito vitórias e duas derrotas em dez jogos, passando assim para o play-off de acesso aos 16-avos de final, onde encontrou o CB Ademar León, que venceu com um resultado agregado de 43-48, apurando-se assim para a fase a eliminar.

    E aí começou a caminhada gloriosa da equipa de França, onde o central argentino Diego Simonet emergiu como figura principal. Nos 16-avos de final, eliminaram a poderosa equipa do Barcelona, vencendo em França por 28-25 e perdendo em Barcelona, passando assim para os oitavos de final graças à diferença de um golo.  

    Na fase seguinte foi a vez de enfrentarem os alemães do Flensburg-Handewitt, vencedores da competição em 2014. Ao contrário do que se poderia pensar, esta eliminatória foi mais calma para a equipa francesa, que empatou a 28 golos na Alemanha, vencendo depois em França por 29-17, e carimbando assim a passagem à final-four pela primeira vez.

    Como tem sido costume, a final-four realizou-se em Colónia, Alemanha, e, pela primeira vez na história, estavam presentes três equipas francesas, o PSG, Nantes e Montpellier, demonstrando a força desde campeonato.

    Na meia final, a equipa de Patrice Canayer defrontou o Vardar, vencendo 27-28 e carimbando assim a passagem à final pela primeira vez desde a vitória de 2003. Na final, o adversário foi HBC Nantes, que vencera o PSG por 32-28. Era uma final totalmente francesa pela primeira vez na história, e daí saiu mais forte o jogo coletivo do Montpellier que, graças a uma exibição estrondosa do central Diego Simonet (eleito melhor jogador da final-four) e do guarda-redes Vincent Gerard, venceu por 32-26.

    O Montpellier recuperava assim a glória europeia que lhe escapava desde o ano longínquo de 2003 e demonstrava que o andebol é muito mais do que ter mais dinheiro ou os melhores jogadores, mas que uma equipa coesa e apoiada num jogo colectivo consegue sempre ultrapassar a qualidade individual de um ou outro jogador.

    Momento do Ano Nacional

    Portugal Campeão da Europa de andebol em cadeira de rodas – O momento nacional do ano não podia ser outro. Os atletas portugueses de andebol em cadeira de rodas conquistaram o Campeonato europeu ao vencerem a seleção da Croácia por 20-7, na final do torneio que decorreu em Leira. Estes jogadores merecem um enorme reconhecimento por colocarem Portugal no topo da modalidade, numa competição realizada com um desempenho assinalável.

    A seleção nacional venceu todas as equipas que encontrou no torneio: frente à Holanda, impôs-se por 12-9, à Croácia, ainda na fase de grupos, por 18-15, e à Hungria por 14-3. Um grande momento dos nossos jogadores. Ricardo Queirós recebeu ainda o prémio de melhor jogador da prova. Portugal já tinha sido 2º classificado nas outras duas participações nesta competição. “À terceira é de vez” e foi mesmo. Portugal não deu grandes hipóteses aos adversários, tendo passado mais dificuldade na fase de grupos contra a Croácia do que na “finalíssima”. Os atletas portugueses entraram em campo com grande concentração e convencidos em conquistar o Torneio diante dos adeptos lusos – ao intervalo já venciam o jogo por 8-1.

    Mais uma conquista do andebol nacional, mais uma prova de que a modalidade está a crescer assim como a cultura à volta deste desporto. Uma grandiosa demonstração de qualidade, de determinação e de esforço da Seleção portuguesa. Quatro jogos e quatro vitórias para Portugal e uma medalha de ouro. Espero sinceramente que esta sede de vitória portuguesas continue e que se espalhe por mais e mais desportos. A equipa orientada por Danilo Ferreira chega assim ao topo do andebol em cadeira de rodas e precisa agora de continuar o trabalho duro em torno de um projeto iniciado em 2009 e que já dá muitos frutos.

    Francisco Reis, Leonardo Costa Bordonhos & Pedro Palma

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