Um final marcado pelo infortúnio de Daniel-André Tande | Saltos de Esqui

    No dia seguinte, com as condições climatéricas a deteriorar-se de hora para hora, a qualificação teve de ser cancelada, tal como a segunda ronda. Pois bem! Tudo se resumiu  a apenas uma marca! E no meio de tamanha intempérie, com a ronda inaugural a levar mais de duas horas para ser concluída, quem acabaria por emergir vitorioso seria o Campeão Mundial, Karl Geiger, que voltou a ousar baixar o “portão”, acabando por retirar dividendos de tal estratégia. A segunda posição foi direitinha para o ainda líder da classificação de voos gigantes, Ryoyu Kubayashi, que não desarmava, estando-se mesmo a ver que a luta entre o atleta do país do sol nascente e o germânico seria até ao derradeiro pedaço de gelo! No bronze, algo que obtinha pela terceira ocasião na temporada e na carreira, ficava Bor Pavlovcic  para o país organizador.

    Nos cinco mais, eram ainda presença e respetivamente Domen Prevc e Robert Johanson, que desejava decerto oferecer o pódio ao seu companheiro hospitalizado. Quanto a Eisenbichler, o germânico viu “esfumarem-se” as ambições a um bom resultado nas classificações ainda em aberto, fechando na oitava posição, bem longe dos postos cimeiros!

    Granerud, Kraft ou Forfang voltaram a desiludir, num dia que foi, na minha opinião, aquele com as condições mais adversas de toda a época.

    Com o interregno de um dia, visto que as condições  só pioravam, mesmo após várias tentativas, a derradeira disputa coletiva da temporada teve mesmo de ser adiada para domingo, o último dia do resto da vida da presente época de saltos!

    Como tal, foi bem cedo aqui em Portugal, que tal competição foi mesmo posta em marcha! Num dia em que S. Pedro mostrou ser fã de saltos de esqui, visto que este foi o melhor  em termos de condições para os desportistas ao longo de todas as quatro jornadas e numa competição na qual apenas se saltaria para cumprir calendário, foi por fim o título de nações entregue à Noruega, com a mesma a ter terminado somente em quinto esta competição coletiva. Com os saltos a serem bastante similares entre as nações de maior gabarito e com a discussão a ser feita taco a taco! A Alemanha  levou a melhor, relegando o Japão para a prata, com a Áustria a assegurar o bronze. Apenas de acrescentar que a Polónia acabou por dececionar, anotando apenas a sexta posição entre nove nações participantes.

    A emoção estaria, contudo, reservada para a prova número 30 e derradeira da temporada, onde marcavam presença somente os trinta melhores nos trampolins gigantes, pelo que ambas as rondas teriam o mesmo número de saltadores, algo que apenas é uma realidade no derradeiro evento da Taça do Mundo.

    Com a única luta a ser a entre o nipónico Kubayashi e o germânico Geiger, com todos os outros saltos a serem uma espécie de aperitivo para o grande banquete! Isso mesmo ficou provado finalizada a ronda um, com os dois a estarem colados, mas com o nipónico ligeiramente à frente do europeu. No entanto tudo podia ainda mudar! Pavlovcic ocupava o derradeiro degrau do pódio, com Granerud a “atinar” finalmente com a estrutura andando pelo quinto lugar.

    Numa ronda final, que viu “cair o pano” sob esta temporada, tudo se alterou e Karl Geiger, com um registo canhão de 249,5m, o mais distantes em todos os dias de competição aqui em Planica, suplantou o “samurai”, que apesar de ter saído derrotado foi um digno vencido. Com os dois a ficarem, diga-se como, tudo o indicava, com as duas primeiras posições da tabela concluindo ex aequo a temporada no que concerne aos voos de esqui, mas dado averbar duas vitórias nesta especialidade enquanto o asiático apenas uma, foi Geiger quem juntou o título Mundial da especialidade ao “globo de cristal” da mesma.

    Já o “Planica 7” também foi entregue logo no momento ao atleta da “Mannschaft”, que acabou por ter uma reta final de época tal como havia entrado na mesma: a vencer!

    Já nas contas da Taça do Mundo, Granerud não deu chances à concorrência, com Eisenbichler a ficar a uma distância do nórdico que ascendeu à casa do meio milhar de pontos.

    Assim se despediu esta fantástica competição que voltará ao BNR em setembro próximo. Até lá fique na nossa companhia, sempre na linha da frente, com a melhor e mais rigorosa atualidade desportiva.

    Foto de Capa: FIS Ski Jumping

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.