OUTUBRO 2001
A semana teve sempre o jogo com o FC Porto na cabeça e, na receção ao FC Marco, o único ponto foi mesmo conhecer Avelino Ferreira Torres.
Em campo, a equipa acusou a saída do “centralão” Nélson Veiga por lesão e sofreu dois golos nos únicos remates à baliza dos visitantes. Num jogo em que o meu dueto Madeira-Antchouet não brilhou, foi João Paiva a assumir o destaque da partida.
Foram os primeiros pontos perdidos em casa, mas faço mea culpa porque a semana de treinos não foi produtiva e a nossa cabeça não estava onde deveria estar.
O próximo jogo implica mais uma visita ao norte, para visitar o SC Espinho. A equipa dos Tigres da Costa Verde está nos lugares cimeiros e havia perigo no horizonte.
A lição do jogo anterior estava bem estudada e não queria voltar a perder pontos. Assim, e enquanto no balneário se ouvia Shaggy e o seu “It wasn’t me”, preparo um discurso de motivação para o jogo que se adivinha: Há que ganhar para nos mantermos focados. O jogo frente ao FC Porto ainda vem longe e o que quero é subir de divisão, a Taça fica para depois.
Na véspera do jogo, reúno a equipa numa das salas do hotel e coloco a cassete do filme “Meet the titans”. Quero que a equipa comece a criar laços e a crescer como um só organismo. No dia seguinte, o resultado parece nulo…
A equipa parecia amorfa, e para alguém que jogou durante décadas futsal, em momentos só apetecia pedir um time-out. O desespero levou-me a rabiscar a passagem para um 3-4-1-2 e, enquanto escrevia cabisbaixo, João Paiva fazia o 0-1 já para lá dos 45.
No balneário volto a falar de união e demonstro confiança, mas a equipa volta a entrar a dormir. O golo de Bolinhas faz-me gritar palavrões a plenos pulmões e penso em mexer no ataque. Já depois da entrada de Antchouet para o lugar de Semedo, Tó Madeira decide aparecer na partida e dar mais três pontos.
No regresso, o bom ambiente no autocarro contagiou-me. Ao ouvir a Bola Branca percebo que estamos no segundo lugar mas com os mesmos pontos da Académica OAF e a dois do FC Maia. Curiosamente, o nosso próximo adversário.