Futebol Olímpico: a imprevisibilidade dos medalhados

    Grupo B: Japão, Nigéria, Suécia e Colômbia

    A Suécia quer repetir a brilhante prestação nos sub21 Fonte: Trivela
    A Suécia quer repetir a brilhante prestação nos sub21
    Fonte: Trivela

    O Japão viaja para o Brasil com a bagagem cheia de otimismo, se tivermos em conta a prestação nos últimos JO, de Londres, em 2012, onde terminou na 4.ª posição, tendo perdido nas meias-finais para o país campeão – México – e na disputa da medalha de bronze para a República da Coreia.

    O Japão é uma seleção tradicionalmente muito técnica e disciplinada taticamente, que geralmente chama jogadores que competem no campeonato Japonês, o que retira algum mediatismo às suas individualidades, bem como torna a análise da seleção mais desconhecida para quem não acompanha o campeonato nacional. Ainda assim, destaco três jogadores da seleção: o “suíço” Yuya Kubo (22, do Grasshoppers), o mais internacional desta seleção, Shinzo Koroki (29), e Ryota Oshima (23), o número dez do atual segundo classificado da Liga Japonesa. Será interessante ver como este outsider se comportará em termos competitivos num grupo com nível de exigência alto.

    A Nigéria deve sempre ser tida em conta, com duas finais nos últimos 20 anos (Atlanta, 1996, e Pequim, 2008). Certamente vai querer repetir a medalha de ouro de 1996, quando derrotou México, Brasil e Argentina na final. Sempre temível com qualquer uma das suas seleções jovens, é uma junção de pujança, de nível técnico e de atitude competitiva. Ainda mais candidata é se juntarmos o facto de ter sido campeã da CAF Sub20 em 2015.

    O incrível é que, deste elenco campeão em 2015, nenhum jogador transita para a equipa convocada para as Olimpíadas. No mínimo é surpreendente a qualidade que os responsáveis por esta seleção acreditam ter! É grandiosa a quantidade de jogadores talentosos, entre os 18 e os 20 anos, que não entram para uma convocatória onde aparecem mais uns numerosos jogadores com 18, 19 e 20 anos. O que faz com que parte do elenco dos JO seja desconhecido. Sempre foi assim a Nigéria. A certeza é a de que sempre ficam conhecidos e acabam sendo revelados após os ótimos desempenhos neste tipo de competições. Dos jogadores com mais de 23 anos, foram escolhidos o famosíssimo experiente médio do Chelsea Obi Mikel (29) e o guarda-redes Daniel Akpeyi (29). Em relação a todos os outros, é ver para crer e conhecer!

    A Suécia conquistou o campeonato da Europa de Sub21 em 2015. A expectativa está alta, sobretudo porque sete jogadores campeões transitam para esta equipa dos JO. São eles: o guarda-redes Andreas Linde (23, Molde), Alexander Milosevic (24, Besiktas), Pa Konate (22, Malmo), Abdul Khalili (24, Mersin), Simon Tibbling (21, Groningen), Robin Quaison (22, Palermo), e Mikael Ishak (23, Randers). Os “craques” dessa equipa campeã, ainda com idade, mas que não vieram, são Lindelöf (Benfica), Augustinsson (Kobenhavn), Hiljemark (PSV) e John Guidetti (Celtic). A este grupo se juntará o talentoso Tankovic (21, AZ Alkmaar), de quem se espera bastante. Confesso que a Suécia é uma das seleções que causa mais curiosidade para acompanhar neste grupo super equilibrado, pela conquista recente e pela aposta declarada em trazer um elenco vencedor e competitivo para os JO.

    Acerca da Colômbia começo por afirmar que, com toda a projeção mundial dos seus jogadores, está na hora de se afirmar numa competição que conta com alguns dos jovens e anónimos talentos do país. Olhando de relance para a convocatória acho que têm uma equipa composta por jogadores mais experientes e no limite da idade permitida, com muitos jogadores na ordem dos 22 e 23 anos de idade. Quase todos jogam no próprio país, o que acredito ser uma vantagem para o futebol Colombiano, pois sentem que uma competição como os JO serão uma montra e porta de entrada para os grandes palcos do Futebol Mundial. Jogadores como Teo Gutiérrez (31, Sporting), Dorlan Pabón (28, Monterrey) e William Tesillo (26, Santa Fé) são sem dúvida jogadores experientes e de renome na Colômbia. Ainda contam com Jefferson Lerma (21, Levante) e Andrés Rentería (23, Querétaro), bem como com os três recentes campeões da Copa Libertadores pelo Atlético Nacional: Cristián Bonilla (23), Sebastian Pérez (23) e aquela que eu considero ser a grande revelação e se transformará na grande estrela da equipa: Miguel Borja (23). Se fizer um pouco do que fez nos três jogos finais da Copa dos Libertadores em que participou, já está ótimo. Ficarei muito atento a esta Colômbia, pois acredito que terá uma palavra a dizer. O primeiro grande desafio para demonstrar a fibra com que veio será carimbar o apuramento neste grupo dificílimo!

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    Paulo Sousa
    Paulo Sousahttp://www.bolanarede.pt
    Um português residente no Brasil. Vive com intensidade e aprendeu a não ter medo de escolher. Ama e trabalha com o Futebol, que colide com alguns dos seus valores morais. Futebolísticamente interessa-se por assuntos polémicos e desmistificar ideias não sustentadas em fatos. Inconformado, contagia-se pelos porquês que o levam a amadurecer.                                                                                                                                                 O Paulo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.