Os Jogos Olímpicos de Tóquio são só em 2020, mas muito já se sabe sobre a maior e mais importante competição desportiva mundial. Entre 22 de julho e 9 de agosto, a competição vai fazer Portugal não dormir, ou pelo menos a mim, para acompanhar tudo o que os nossos atletas vão fazer. As qualificações só começam, na sua grande maioria, em 2019, mas há muito já se prepara a competição, também em Portugal.
Em Tóquio, irão estar mais cinco modalidades do que no Rio de Janeiro em 2016: Basebol/Softbol, Escalada, Surf, Karate e Skate. No entanto, deverão estar presentes menos atletas do que nos Jogos do Rio. Dentro das modalidades já existentes, vão surgir novos eventos em algumas, dos quais destaco estes: Basquetebol – 3×3 (feminino e masculino); Judo – competição de equipas mistas; Ténis de mesa – pares mistos e Triatlo – estafeta de equipas mistas – prova em que o SL Benfica se sagrou recentemente campeão europeu por clubes. Serão eventos em que Portugal poderá almejar bons resultados, mas a três anos de distância não se pode prometer nada, uma vez que tudo pode acontecer até lá.
Portugal vive dias de glória a vários níveis no desporto. Provavelmente, nunca tivemos tantos atletas em tantas modalidades distintas a ter bons resultados, mas cada vez me convenço mais que estes resultados aparecem mais pelas qualidades individuais dos atletas/treinadores do que por um trabalho de base feito. Não existe um fio condutor a seguir. Vão sendo construídas umas coisas, atirando-se uns trocos e finge-se que está tudo bem, quando na realidade não está.
Daqui a três anos, muitos comentadores, jornalistas, políticos e adeptos vão estar indignados porque o atleta X não chegou à medalha em Tóquio, mas a última vez que soube alguma coisa deste atleta foi no seu dia de competição no Rio de Janeiro. Serão quatro anos de nada e que não serão valorizados, mesmo que seja por apenas uma milésima que o atleta não chega à medalha ou à vitória.
Emanuel Silva, canoísta que venceu uma medalha de prata em Londes’2012, relatou muito recentemente um episódio no mínimo caricato. O canoísta chegou para treinar ao CAR (Centro de Alto Rendimento) de Montemor-o-Velho e este estava fechado… Como é que é possível uma infraestrutura destas estar fechada? Como é que se pode pedir resultados se não há condições para trabalhar?