Os taibatsu levaram a consequências graves nas vidas destes jovens atletas e o número de casos de suicídios tem vindo a aumentar em diversas prefeituras japonesas. Deste modo, o governo japonês não podia (nem devia) ficar a observar que estes diversos casos se fossem acumulando e acumulando, formando uma “pilha” insustentável. Por isso, tomaram-se medidas.
De 2011 a 2019, foram feitas seis reformas importantes no Japão para conseguir atenuar – ou até mesmo eliminar – os casos de abuso a jovens atletas. Porém, mostraram-se ineficazes, visto que ainda surgem inúmeros casos de abuso físico aos atletas e muitos deles acabam numa drástica morte.
Abusos como este, que foi filmado no ano de 2013, continuam a ser frequentes no Japão
Uma das reformas foi a The Basic Act on Sport, documento que define os objetivos e os princípios do Desporto japonês, e em nenhum ponto é explícito que se pretenda terminar com o abuso físico aos atletas. Para mais, não define também uma autoridade clara para impor consequências às pessoas que abusam, ou seja, no Japão há um sistema fragmentado na tomada de decisão destes casos a nível nacional, local e também de cada federação.
Apesar das reformas que se têm vindo a aplicar, nenhuma realmente abrange o abuso aos atletas e aos jovens atletas. Para piorar a situação, são as federações dos mais diversos desportos do Japão que têm de prevenir, reportar, investigar e punir este tipo de crimes. Segundo o relatório, isto é uma falha, pois são organizações separadas que não têm uma estrutura coesa para conseguir tratar destes crimes. São estas falhas que levam a que os jovens atletas estejam permanentemente vulneráveis.
Em 2018, um treinador de basebol abusou fisicamente os seus jogadores na prefeitura de Aichi
Há atletas que não conseguem encontrar forma de denunciar este tipo de abusos, pois há organizações que nem sequer têm contactos para que se possa fazer uma denúncia. E mesmo que houvesse uma grande estrutura, muitos defendem que esta forma de denúncia não seria usual, porque os atletas teriam receio de o fazer.