JO: Brasil x Alemanha. Depois do Knockout!

    Eu não creio que a resposta à evolução ou à estagnação do futebol brasileiro esteja dependente deste jogo, mas para um povo imediatista – que vê nos resultados o processo (e o progresso) – esta é sem dúvida uma forma de perceber se tudo está igual ou se tudo melhorou. Acredito que no final do jogo, independentemente do resultado, o brasileiro vai sentir que algo está melhor porque dificilmente se repetirá o equivalente a mais uma semana cheia de golos.

    De um lado – no canto vermelho – um elenco luxuoso que se apresentou na máxima força, com uma defensiva muito consistente, sem qualquer soco no estômago consentido, e ainda demonstrou evolução massiva na ofensiva, com golpes de ataque letais nos últimos três combates realizados. Foram seis jogos realizados, doze golos marcados e zero sofridos, três vitórias por knockout e dois por desempate de pontos no final. É um sério candidato ao título. Neste canto temos o… Brasil!

    Do outro lado – no canto azul – uma figura conhecida pela sua eficácia e pela sua eficiência. Algo instável na atitude, postura defensiva, mas sempre com uma concentração exímia, que lhe permite desferir golpes no timing certo. Ao longo da competição veio confirmando o seu favoritismo e evoluiu em termos de solidez e consistência de combate. Enfrentou adversários de peso e alguns outsiders. Apesar dos sustos não se fragilizou! Foram seis jogos realizados, 21 golos marcados (embora metade contra um ‘peso-morto’) e cinco sofridos, as mesmas três vitórias por knockout e duas por desempate de pontos no final. Se alguém duvidava, eles fizeram por esclarecer. Neste canto temos a… Alemanha!

    Caros amantes do jogo, este combate tem passado e futuro envolvidos. Vencerá quem estiver melhor no presente! Porém, há que reconhecer que temos na final as duas melhores seleções do torneio. Vai ser um desafio de muitas emoções. Acho que nem os alemães – naturalmente os residentes na Alemanha – percebem o que está em jogo – além do ouro, claro – ou como estão os brasileiros a viver este acontecimento. Pura dicotomia; o entusiasmo versus o receio.

    No estádio teremos duas claques bem distintas. Claro que ambas com muito apoio e a torcer muito pelos seus pupilos, mas diria “distintas” desde as cores até à festividade! De um lado a turminha do amendoim – todos vestidos de amarelo – a saltar, a gritar, a criticar e até a invocar todos os santos. A vitória tem de ser deles e de preferência por números expressivos. Do outro lado da arquibancada, teremos os gringos de uniforme e pele branca, com cânticos organizados e talvez sentados pacientemente, acreditando no ditado ‘O futebol são 11 contra 11 e no fim ganha a Alemanha’. De amarelo os alemães só terão o cabelo e a fresquinha nas mãos. Aí os brasileiros não perdem a oportunidade. Também gostam de cerveja!

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    Paulo Sousa
    Paulo Sousahttp://www.bolanarede.pt
    Um português residente no Brasil. Vive com intensidade e aprendeu a não ter medo de escolher. Ama e trabalha com o Futebol, que colide com alguns dos seus valores morais. Futebolísticamente interessa-se por assuntos polémicos e desmistificar ideias não sustentadas em fatos. Inconformado, contagia-se pelos porquês que o levam a amadurecer.                                                                                                                                                 O Paulo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.