Jogos Olímpicos: Fazer ou não fazer? Eis a questão…

    Acho impossível conseguir estar dentro das mentes dos atletas olímpicos neste momento, mas tentaremos fazer o exercício. O que estarão a pensar? Se fosse um seria algo assim: “vou arriscar a minha saúde para participar?”; “que condições existirão para a realização dos Jogos?”; etc. Neste momento, o grande pensamento será manter-se em segurança desta pandemia e o outro será que não têm qualquer tipo de condições para manter o mesmo registo de treino com vista a esta competição. Realizar estes Jogos Olímpicos é algo completamente incompatível com o momento atual.

    Sabe o caminho da Chama Olímpica? Ora bem, primeiro, a cerimónia de aceder a Chama, em Olímpia, foi fechada ao público e apenas algumas figuras foram convidadas para estarem presentes no evento. Sim, o trajeto na Grécia acabou por ser cancelado, pois, juntava muitas pessoas nos vários locais. Uma decisão mais do que sensata. A Chama chegou mesmo ao Japão e, numa altura em que vivemos numa pandemia, o objetivo devia ser ninguém estar presente, certo? Errado (nas mentes japonesas). Estiveram presentes diversas pessoas a ver de perto a chegada da Chama Olímpica, que poderá passar por cerca de 50 regiões do Japão…

    A 20 de março, a cerimónia da chegada da Chama Olímpica foi acompanhada por algumas centenas de pessoas. Na mesma data, firmava-se a continuidade dos Jogos (Fonte: Tokyo 2020)

    Como já foi dito anteriormente, no dia de ontem o COI tomou uma posição quanto à possibilidade de adiar os Jogos Olímpicos e passo a citar a principal ideia do comunicado: «O COI vai, em coordenação total com o Comité Organizador de Tóquio 2020, as autoridades japonesas e o Governo Metropolitano de Tóquio, começar discussões detalhadas para completar a avaliação do rápido desenvolvimento da situação de saúde mundial e o impacto que pode ter nos Jogos Olímpicos, incluindo um cenário de adiamento».

    Irónico como, há seis dias, não era necessário tomar medidas drásticas e, agora, já está em “cima da mesa” um possível adiamento. Mas não celebremos já! Não… As reuniões esperam estar concluídas daqui a quatro semanas e o cancelamento da Tóquio 2020 está completamente fora de questão para o COI. Contudo, há um ponto positivo a retirar deste comunicado: finalmente há noção de que esta situação de saúde mundial é grave e prejudica fortemente a organização de um evento como estes.

    Meus senhores, uma mensagem, a mais sincera possível: adiem estes Jogos Olímpicos. O adiamento pode causar um desastre no PIB japonês? A realização dos Jogos pode causar a morte de milhares de pessoas. O que vale mais? A vida humana ou o dinheiro? «Fazer ou não fazer: eis a questão…» é um título irónico, pois, não é preciso questionarem-se sobre isto. Só há uma solução. Ajam já! Preocupem-se com a vida de milhões de pessoas e com todos os atletas que podem pôr em perigo a sua saúde.

    Reflitam sobre tudo aquilo que se está a passar no Mundo. Deixem de olhar para o próprio umbigo. Deixem de pensar nos proveitos financeiros. Deixem de pensar nos calendários futuros das modalidades. Vivemos um atual calendário que nos pede, obrigatoriamente, para ultrapassarmos este obstáculo cujo nome todos sabemos e para que no final sejamos nós todos, humanos, os medalhados olímpicos. Ah, e, senhor Thomas Bach, com a influência que tem como presidente do COI espero que a “luz no final do túnel” não seja a da Chama Olímpica, mas sim a decisão de adiar estes Jogos Olímpicos.

    Foto de Capa: Olympics

     

     Artigo revisto por Joana Mendes

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    João Pedro Barbosa
    João Pedro Barbosahttp://www.bolanarede.pt
    É aluno de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, tem 20 anos e é de Queluz. É um apaixonado pelo desporto. Praticou futebol, futsal e atletismo, mas sem grande sucesso. Prefere apreciar o desporto do lado de fora. O seu sonho é conciliar as duas coisas de que gosta, a escrita e o desporto.