A MODALIDADE: HIPISMO
É impossível contornar esta modalidade olímpica depois de a primeira medalha portuguesa ter sido conquistada precisamente nesta modalidade. Por isso, damos-lhe a conhecer o Hipismo.
Tal como em todas as modalidades dos Jogos Olímpicos existe uma Federação que lidera e coordena, em conjunto com o Comité Olímpico Internacional (COI), todas as ações das mais diversas modalidades. O Hipismo é regulado pela Federação Equestre Internacional (FEI) e em Portugal temos a Federação Equestre Portuguesa (FEP) é quem está responsável pela modalidade.
Esta é uma das duas modalidades nos Jogos Olímpicos que têm a participação de animais, neste caso em específico, um cavalo. A outra modalidade com quem partilha esta característica é o Pentatlo Moderno – onde é necessário o atleta participar no concurso de Saltos -, prova que tem ainda mais três modalidades.
O Hipismo estreou-se como modalidade olímpica em 1900 nos Jogos Olímpicos de Paris. Depois teve uma paragem de oito anos, ou seja, duas Olimpíadas, só voltou novamente à agenda do COI nos Jogos Olímpicos de Estocolmo em 1912. Inicialmente, o Hipismo era exclusivamente dedicado a atletas do sexo masculino e que pertencessem aos quadros militares. Por isso, não estranhe que os primeiros medalhados sejam apenas homens e militares. O fim desta exclusividade chegou nos Jogos Olímpicos de Helsínquia de 1952 onde a modalidade abriu as portas a todos os civis – deixando que apenas participassem militares – e também a entrada de atletas do sexo feminino.
Vamos a medalhas: a nação com maior número de medalhas de ouro é a Alemanha (25) seguida pela Suécia (17) e pela França (14). Curiosamente esta é uma modalidade que não é dominada pelos Estados Unidos da América, que, apesar de ter 52 medalhas no total, apenas tem 11 medalhas de ouro. A atleta mais medalhada no que diz respeito ao Hipismo é a alemã Isabell Werth com seis medalhas de ouro e quatro de prata.
Portugal venceu três medalhas de bronze nesta modalidade em Paris 1924 (António Borges d’Almeida, Hélder de Souza Martins, Luís Cardoso Meneses e José Mouzinho d’Albuquerque), em Berlim 1936 (Luís Mena Silva, Domingos Coutinho e José Beltrão) e Londres 1948 (Fernando Paes, Francisco Valadas e Luís Mena Silva).
Há três modalidades (individuais e coletivas) no Hipismo: Dressage, Curso Completo de Equitação (CCE) e Prova de Saltos de Obstáculos.
Dressage de um cavaleiro Português, Gonçalo Carvalho, nos Jogos Olímpicos de Londres 2012
Talvez a modalidade menos conhecida é o Curso Completo de Equitação, que é a combinação das outras duas modalidades e mais o Cross-Country, que tem quatro fases. No Cross-Country, o cavaleiro, juntamente com o seu cavalo, tem de passar por um percurso iniciado com “estradas e trilhos”, de seguida terá um teste de velocidade com vista a mais uma fase como a primeira. Haverá uma paragem para uma inspeção veterinária e, por fim, o cavaleiro enfrentará o circuito todo-o-terreno onde terá de ultrapassar obstáculos naturais e construídos num terreno irregular.
Isto tudo em apenas três dias de competição. O primeiro dia é ocupado pelo Dressage, o seguinte pelo Cross-Country e no terceiro, e último dia, temos a prova de Saltos de Obstáculos. Isto tudo envolto de três testes veterinários aos cavalos de cada um dos cavaleiros participantes.
Estamos ainda longe para que a Chama Olímpica se acenda em Tóquio, a capital do Japão e próxima sede dos Jogos Olímpicos. Por isso, resta-nos continuar a surpreender-lhe com histórias olímpicas e não se aflija, caro leitor, a próxima chegará em breve.
Foto de Capa: Olympic