– Em Braga e no Dragão –
«O Jesualdo Ferreira é como um pai no futebol»
Bola na Rede: Esteve sete anos no SC Braga. Como descreveria esta experiência?
Andrés Madrid: Foi um momento de estabilidade na minha carreira. Quando cheguei, o Braga era o “Braguinha” por assim dizer. Estava num momento decisivo se crescia ou se continuava a ser uma equipa “pequena”. Nessa altura, graças aos jogadores, treinadores e todos os que estiveram envolvidos no processo, conseguimos meter o Braga, hoje em dia, a jogar para outras coisas e a ser tratado de outra forma. Penso que foi naquela altura do Jesualdo Ferreira (três anos) que o Braga começa a dar o salto e a partir dali, torna-se numa equipa muito mais competitiva a nível nacional e europeu.
Craque 🇦🇷 que encheu de MAGIA ✨ o meio-campo Gverreiro ao longo de 7⃣ épocas.
Andrés Madrid, ‘𝒆𝒍 𝒈𝒓𝒊𝒏𝒈𝒐’, está hoje de parabéns! pic.twitter.com/HDlDiC536D
— SC Braga (@SCBragaOficial) July 29, 2019
Bola na Rede: Em 2008/2009, foi emprestado ao FC Porto e ganhou dois troféus em 9 jogos. Que impacto teve esta experiência na sua vida profissional e pessoal e quais acreditam terem sido as razões pelas quais não conseguiu ter tantos minutos?
Andrés Madrid: A última é fácil. O FC Porto ganhava tudo, o meio-campo era fortíssimo pelo conhecimento em si. O Fernando, o Raúl e o Lucho jogavam de olhos fechados. Era muito difícil, para mim, o Guarín e o Mariano, entrar naquela equipa. Éramos um momento de descanso daquela equipa principal e no momento que tínhamos que entrar para jogar, ajudámos. Era muito difícil ter minutos com aquele trio. Não deu para continuar, mas é uma alegria enorme conseguir aqueles dois títulos muito importantes. Não me mudou assim nem pouco nem muito, acho que foi o suficiente para continuar a carreira.
Bola na Rede: Falemos de Jesualdo Ferreira. Quando chegou a Portugal, foi o seu primeiro treinador e depois voltou a ser treinado por ele no FC Porto. Como foi o reencontro e como era a sua relação com ele?
Andrés Madrid: O Jesualdo é como um pai no futebol, para mim. Aprendi muito com ele, assim como com todos os treinadores que tive. Mas se calhar como trabalhei mais tempo com o míster Jesualdo, acabei por ganhar mais afinidade e conhecimento. Tenho esse carinho por aquilo que conseguimos e estou muito curioso pelo que vai passar na carreira dele.
Bola na Rede: Em 2013, rumou ao Clube Recreativo Desportivo do Libolo na Angola onde apenas jogou dois jogos e depois regressou a Portugal. Como surgiu essa oportunidade e o que retira desta experiência, apesar de não ter tido muitos minutos?
Andrés Madrid: Já no Nacional, tive muitas lesões. Os problemas físicos nunca me largaram por completo e é nessa fase final que vou para a Angola. Não era para ir, tinha duas possibilidades daqui e doutra parte da Europa. Mas acabei por aceitar esse projeto, porque sabia que não dava para continuar a jogar a um nível mais alto. Essa equipa já me conhecia. Sabia o que era capaz, mas também sabia daquilo que eu poderia trazer com a minha rotina de lesões. Já se sabia o problema físico que tinha. Acabei por ir para a Angola, porque era a única possibilidade onde poderia jogar mais um pouco mais e continuar a carreira. Nunca vi como uma oportunidade de nada. Foi só para ver se o corpo continuava a acompanhar, mas também não acompanhou.
Bola na Rede: Na época seguinte, voltou logo a Portugal para jogar no Mirandela. Percebeu que Portugal é uma casa onde é feliz?
Andrés Madrid: Já há muito tempo que sou feliz em Portugal e que penso em ficar por aqui. A minha mulher é daqui. Estou completamente enraizado. Tenho dupla nacionalidade, sempre foi uma realidade que via para o meu futuro. Sempre vi como absoluto ficar por aqui num grande país.