Embora com menos expressão nos golos das suas equipas, Piccini e Grimaldo são também dois exemplos da qualidade inequívoca e que em breve, inevitavelmente, abandonarão o nosso campeonato. O italiano, Cristiano Piccini, chegou pela mão de Jorge Jesus ao Sporting CP e apesar de não trazer consigo lances de génio, que não lhe são pedidos para a posição que ocupa, desde cedo captou a atenção e aprovação dos adeptos e o seu lugar nunca esteve em perigo. Aliás, com a sua chegada, iniciou-se uma revolução nas laterais leoninas que atiraram Jefferson para fora do clube, por exemplo. E nem mesmo Stefan Ristovski, que chegou por empréstimo, abala ou belisca a solidez do italiano.
Também Álex Grimaldo (que boa relação, esta do nome “Alex” e as laterais…) se destaca no seu clube. O SL Benfica, de há uns tempos para cá, tem vindo a disfarçar as dificuldades que sente naquela posição do terreno e na qual tanto dinheiro já gastou, principalmente com Fábio Coentrão e Nélson Semedo. Mas encontrou neste espanhol contratado à equipa secundária do FC Barcelona um excelente defesa lateral. A sua qualidade é clara e inquestionável. Parte, sem qualquer problema, para cima do adversário, com uma técnica acima da média para a sua posição e é uma excelente arma nas bolas paradas; não só no cruzamento, mas principalmente no remate à baliza contrária.
E como há vida para além dos “grandes”, importa ainda destacar o trabalho que Yuri Ribeiro tem conseguido no Rio Ave FC. Emprestado pelo SL Benfica, o jovem internacional português encontrou nos vilacondenses o clube perfeito para evoluir e se mostrar ao seu clube. O futebol praticado pela equipa de Miguel Cardoso em tudo beneficia o jovem lateral; conseguindo aliar o estilo de jogo às suas qualidades, Yuri tem, de certo, chamado a atenção dos responsáveis benfiquistas para o trabalho que tem vindo a desenvolver. Frequente e constante nas subidas no terreno, o SL Benfica tem aqui uma solução para longo prazo. Pelo menos enquanto o conseguir manter.
Todas as posições do terreno de jogo são importantes e indissociáveis. E o defesa lateral é um exemplo básico dessa dependência dos colegas de equipa; para que a sua progressão seja segura, alguém tem de compensar o espaço que deixa atrás durante essa ação. Muitas vezes é o clássico “trinco”, ou o médio interior desse lado, ou até o extremo, em casos mais particulares. Em casos de desespero, é um dos centrais, normalmente, quem é substituído para atacar a área contrária e reside nos dois laterais a esperança de uma assistência de ouro no famoso “chuveirinho”. Tudo depende do treinador e do esquema tático que este adotou.
Foto de capa: Facebook oficial de Yuri Ribeiro