Daniel Ramos chegou ao comando de um Marítimo que, em cinco jornadas, tinha apenas uma vitória. A tarefa prometia ser complicada mas, aos poucos, a equipa foi-se reerguendo. Foram várias as mudanças, primeiro, o Marítimo voltou a ser uma equipa consistente. Uma equipa que sabe defender e que sabe sair no contra-ataque no momento certo, portanto, uma equipa mais inteligente, taticamente. Em virtude do surgimento de um modelo de jogo mais pensado e mais ponderado, alguns jogadores começaram a render muito mais: Éber Bessa, o Kanté do Marítimo e Dyego Sousa, avançado brasileiro que já tem contrato com o Braga para a próxima temporada, Raúl Silva que tem demonstrado uma veia goleadora nas últimas partidas, têm estado em destaque no clube. Os resultados foram surgindo em virtude disso, mas não só.
Para além das mudanças a nível do comando técnico, a equipa voltou a conquistar os seus adeptos que têm estado, em bom número, a apoiar a sua equipa na nova casa dos “leões da madeira”. O estádio dos Barreiros tem estado, quase sempre, cheio nesta temporada: basta dizer que o Marítimo é o terceiro clube em Portugal com melhor média de taxa de ocupação por jogo, ficando à frente do F.C. Porto, Sporting de Braga e Vitória de Guimarães.
O novo “caldeirão dos barreiros” tem sido um calvário para os adversários que lá passam. Recorde-se que o Benfica foi o primeiro adversário a sentir o peso do novo estádio. Os encarnados inauguraram o novo estádio, e logo com uma derrota. Mais recentemente, foi a vez do Sporting visitar o caldeirão e, mais uma vez, sem sucesso. O Marítimo faz-se valer da vontade dos seus jogadores, da enorme qualidade defensiva da equipa e da criatividade de alguns homens da frente. Para além disso, tal como pudemos ver nos jogos frente aos grandes, este Marítimo é uma equipa extremamente agressiva na procura pela bola e passa o jogo todo a morder os calcanhares dos seus adversários: um Marítimo a fazer lembrar os velhos tempos europeus, um Marítimo que não investe muito mas que continua a ser um dos clubes que potencia mais jogadores no campeonato português, em virtude também do bom aproveitamento da sua equipa B.
Com todas estas melhorias, e com Daniel Ramos ao comando da equipa, o Marítimo tem se aproximado destes lugares europeus. A equipa, neste momento, encontra-se com os mesmos pontos que o Chaves – principal surpresa do campeonato – e detém uma das melhores defesas do mesmo. O objetivo, até ao fim da temporada, será o de acumular a maior quantidade de pontos possíveis para tentar voltar a atingir o sonho europeu. Caso não seja concretizável, a ideia será a de dar ao treinador da equipa as melhores ferramentas para, na próxima temporada, atingir o grande objetivo dos verde-rubros: tornar o Marítimo grande, outra vez.
Foto de Capa: CS Marítimo
Artigo revisto por: Diana Martins