Dyego Sousa está a matar este Braga

    Se Hassan saiu para o estrangeiro (e com polémica à mistura), Paulinho continua por cá, mas sem a mesma preponderância. A lesão do início de época foi uma falsa partida, mas não justifica tudo. Aliás, o seu regresso indiciava uma explosão para a turma arsenalista, já que com a equipa a carburar de forma semelhante ao ano anterior, a adição de um avançado fuzilador ao lado de um Paulinho que fosse o centro da equipa podia ser o golpe de misericórdia para os adversários, juntando mais uma arma ao imenso arsenal do Braga.

    Só que a opção tomada foi a contrária, a de colocar Dyego como homem-alvo e Paulinho como somente mais ajudante para colocar a bola no brasileiro. Apesar do bom rendimento do português nesse papel, há um imenso custo de oportunidade a pagar, já que a sua qualidade não é mesma que poderia apresentar noutro esquema.

    O outro caso paradigmático é o de Ricardo Horta. De um dos melhores extremos portugueses, a constar até na lista de maiores goleadores, passou a jogador banal que nem sequer consegue garantir a titularidade. 

    Dois fatores contribuem para isto. O primeiro é a mudança de lateral-esquerdo. O entendimento de Horta com Jefferson era muito bom e, acima de tudo, os dois complementavam-se. Já o mesmo não acontece com Sequeira, que, além de mais previsível, não tem tanta qualidade quanto o seu antecessor.

    O segundo é mesmo a mudança tática. Horta era um jogador com grande liberdade e que aparecia imensas vezes em situações de finalização, assumindo-se como fulcral no desenho coletivo. No entanto, este novo figurino vê-o mais preso à ala, mas não é a fazer cruzamentos que Ricardo Horta se destaca e, sem surpresas, o seu rendimento tem caído.

    Este ano há menos motivos para Horta celebrar
    Fonte: SC Braga

    Ricardo Esgaio também tem sentido os efeitos destas alterações e é outro que não consegue apresentar níveis exibicionais semelhantes aos que nos habituou na temporada passada, quando era uma verdadeira locomotiva na ala direita arsenalista, onde aproveitava o espaço que lhe era dado para criar jogadas de grande beleza. Ainda assim, não acusou tanto a mudança, beneficiando da sua disponibilidade física e polivalência para colmatar a menor adaptação a este novo sistema.  

    Ora, tudo isto é perdoado quando Dyego Sousa marca e decide jogos. O problema é que o jogador perfeito só existe em sonhos e ninguém consegue manter o mesmo nível exibicional em todos os momentos de uma longa campanha. E esse é o grande problema do Braga, que fica dependente de um só jogador e acusa em demasia quando este está em dia não.

    A equipa continua a ter valores individuais muito superiores à média do restante Campeonato e isso ainda vai salvando algumas vezes, mas nem sempre. E a perda da cultura coletiva, em que não importava se era Paulinho, ou Wilson, ou Horta, ou outro qualquer a decidir a partida é uma mancha no legado que Abel Ferreira deixará em Braga.

    Foto de Capa: SC Braga

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