«Era um sonho chegar à Primeira Divisão com o FC Alverca» – Entrevista BnR com Rafa Castanheira

    BnR: Como é que foi o primeiro jogo que fizeste pela equipa principal do FC Alverca? Lembras-te do que sentiste?

    RC: Lembro-me sim senhora. Até foi curioso. Se não me engano foi com o SC Lourinhanense aqui em casa. Por acaso nesse jogo, fiz uma assistência para um ex-treinador meu, o Tópê e ele próprio se lembra disso. E como foi o último golo dele, diz que foi a transição.

    BnR: Apesar de seres um dos mais novos da equipa, és o capitão. Achas que pode ser devido ao teu percurso na formação?

    RC: Tem muito a ver com o meu percurso dentro do clube, tem a ver com o meu conhecimento do clube, da sua história, dos seus valores, conhecer a ambição e a missão deste clube. Acho que também tem a ver com o facto de ser da terra, transmitir a cultura ribatejana. Depois é um processo natural porque com o passar dos anos tu vais-te adaptando àquela responsabilidade e, sendo novo ou não, tens a responsabilidade em cima e tens que a cumprir.

    BnR: Esta época chegaram muitos jogadores novos que provavelmente não sabem o que foi o FC Alverca no passado. Para ti, enquanto capitão, é importante transmitir-lhes isso?

    RC: Sim, acho que isso é muito importante e acho que essa mensagem está a ser passada não só por mim, mas por treinadores interinos, por dirigentes, pelo presidente. Acho que, aos poucos, eles vão percebendo. E mesmo as pessoas da SAD têm muito conhecimento do que era o FC Alverca que já foi um histórico do futebol português. Acho que as pessoas que vieram, vieram para acrescentar. Têm muita qualidade e percebem que estão num projeto muito ambicioso. De outro modo não estariam aqui.

    BnR: Qual foi o momento mais marcante destes 11 anos de FC Alverca ao peito?

    RC: Se calhar a subida de divisão ao Campeonato de Portugal. Foi um ano muito duro, muito difícil e mesmo no ano passado a manutenção. Nós começámos muito mal a época, fomos reestruturados a meio e o que nós fizemos de meio para o fim, foi muito difícil. A profissionalização, essa mudança toda. Era tudo diferente para mim e marcou-me muito porque é uma realidade completamente diferente, sendo o mesmo clube. Por isso, foi um marco muito bom a prevalência no Campeonato de Portugal.

    Os alverquenses saíram à rua para comemorar a subida aos campeonatos profissionais treze anos depois.
    Fonte: FC Alverca

    BnR: Tal como referiste, há duas épocas subiram ao Campeonato de Portugal. Era algo que já ambicionavam há 13 anos. Como é que viveram esse dia?

    RC: Acho que foi um dia inesquecível para quem fez parte dele, mesmo para as pessoas da cidade foi uma festa enorme. Subimos a três jornadas do fim. Foi demais, não tem explicação. Acho que foi um grande momento.

    BnR: A verdade é que o início da primeira época no Campeonato de Portugal não foi fácil, mas com uma segunda metade quase perfeita conseguiram dar a volta. Qual foi a importância da SAD nessa recuperação?

    RC: Foi muito importante. Sobretudo porque eles fizeram as coisas muito bem. Acho que foi uma subida e uma profissionalização muito ponderada. As pessoas da SAD são muito sérias e ajudaram-nos muito. Nós treinávamos à noite, passámos a treinar de manhã. Hoje em dia temos tudo, temos as condições todas para almejarmos outros patamares. Temos suplementação, temos pequeno-almoço e almoço no clube. São coisas que antes não tínhamos e estávamos na mesma divisão.

    BnR: Nos últimos anos, o número de adeptos que vos acompanha tem vindo a crescer imenso. Achas que as pessoas acreditam cada vez mais que é possível voltarmos a ter o FC Alverca de outros tempos?

    RC: Eu acho que sim, e acho que isso está cada vez mais presente na cidade e nas pessoas daqui que sentem que é possível atingir os patamares que outrora foram uma realidade – patamares de onde o FC Alverca nunca devia ter saído porque temos todas as condições para isso. Temos um bom estádio, temos infraestruturas, temos agora campos de treino no centro de estágio e acho que as pessoas desta cidade sentem que é possível atingir outros patamares e daí esta afluência. Notámos isso também por ser um jogo contra o Sporting CP. O estádio estava cheio, apesar da chuva.

    Nem a chuva fez com que os “alverquenses” ficassem em casa
    Fonte: FC Alverca
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