– O contrato de uma vida na Rússia e o fim da carreira –
«São Petersburgo é uma cidade apaixonante
e eu amei jogar no Zenit».
BnR: Depois viajas para a Rússia e à tua espera estava o Zenit. Foste colega de Bruno Alves e Danny e ainda ganhaste mais uns títulos, incluindo o de campeão russo. Foi uma mudança produtiva para o teu final de carreira?
FM: O Dick Advocaat ligou-me e queria muito contar comigo. Foi o contrato mais elevado da minha vida. Foi um projeto diferente. São Petersburgo é uma cidade apaixonante e eu amei jogar no Zenit. De facto, foi o clube onde ganhei mais títulos: em três anos ganhei três campeonatos, duas supertaças, duas taças da Rússia e sempre a participar na Liga dos Campeões. Ainda não conseguiram singrar a nível europeu, mas a nível interno é uma potência. É um clube com muita dimensão e que tem vindo a crescer e que investe muito no futebol. A meu ver, o problema é que investe de forma errada porque os jogadores devem ser selecionados com um critério diferente.
BnR: No fim da tua carreira, acabaste por ir para o Zaragoza e acabar. Era o final que pretendias?
FM: Foi o meu último clube e era algo que queria. Desde pequeno que tinha o objetivo de jogar na Liga Espanhola e o Saragoça, apesar de ser um clube que, na altura, vivia com muitas dificuldades, foi o clube que me possibilitou, aos 32 anos, jogar na La Liga. E tive esse prazer. O Saragoça é um clube com historial, com um grande estádio e uma cidade pacata e agradável para se viver. Também era um clube com pessoas apaixonadas pelo futebol. Infelizmente, tinha problemas diretivos e uma equipa muito curta para a qualidade da Primeira Liga Espanhola, mas foi uma experiência que gostei de ter vivido, apesar de ter rescindido em janeiro – tinha mais um ano e meio de contrato. Na altura, quis terminar a minha carreira e dedicar mais tempo à minha família. Já não fazia sentido e já tinha alguns problemas físicos…
BnR: E aí surge o mundo do agenciamento desportivo…
FM: Acabei por ficar com a clara ideia de ser agente desportivo. O meu amigo Pedro Mendes (ex-jogador) propôs-me isto e eu aceitei porque sempre confiei nele e no nosso outro sócio, o Nuno Assis (ex-jogador). Abrimos uma empresa que já leva quase seis anos de existência e as coisas estão a correr bem. É interessante e apaixonante continuar ligado ao mundo do desporto e é importante poder usar os meus conhecimentos. Falar com jogadores, treinadores ou dirigentes é bom e viajar, claro, também é ótimo. Vivo de forma muito feliz com este projeto. Mas o meu sonho sempre foi sempre treinador, porque essa sempre foi a minha paixão e ambição.