«À exceção de Rúben Dias, há um défice de centrais com grande qualidade» – Entrevista BnR com Fernando Meira

    – Futebol atual e a Seleção Nacional – 

    «É difícil descrever aquilo que é viver um Campeonato do Mundo,
    mas foi algo que me marcou para sempre
    ».  

    BnR: O que significou para ti ser titular num dos melhores mundiais de sempre da nossa seleção nacional (2006)?

    FM: Foi algo especial, foi a parte mais alta da minha carreira. É uma experiência espetacular jogar ao mais alto nivel, na nossa seleção, num Campeonato do Mundo. Foi prestigiante para mim e eu adorei ter essa experiência. Infelizmente, as coisas não correram bem porque acabámos por perder nas meias-finais frente à França apenas por um pênalti. Mas foi uma experiência incrível. É difícil descrever aquilo que é viver um Campeonato do Mundo, mas foi algo que me marcou para sempre.

    BnR: Se te dessem a escolher, qual é que achas que foi a seleção mais forte: a de 2006 ou a de 2016, que acabou campeã da Europa?

    FM: Não há comparações possíveis. São seleções diferentes, são jogadores diferentes, são gerações diferentes… Nós tínhamos os nossos pontos fortes e fracos e essa seleção também os tinha. No futebol é preciso ter sorte e nós, com um pouco de sorte, podíamos ter ido, pelo menos, à final e a partir daí tudo também diz respeito a um pouco de sorte quando só há quatro equipas. A sorte não teve no nosso lado porque, como disse, sofremos um golo de pénalti.

    Meira somou 54 internacionalizações pela equipa A de Portugal
    Fonte: UEFA
    BnR: A seleção nacional foi recentemente vencedora da Liga das Nações. Achas que foi um desfecho justo?

    FM: Sim, Portugal mereceu ganhar a Liga das Nações. Tem feito um excelente percurso com malta jovem e com qualidade. O Fernando Santos tem feito um trabalho estupendo. O Ronaldo tem motivado e tem sido um exemplo para os mais novos. Mas o treinador tem aquela mais-valia de saber motivar as “tropas”

    BnR: Fala-se numa “crise” de centrais em Portugal. Achas que o futuro está assegurado com jogadores como Rúben Dias, Diogo Leite ou Ferro?

    FM: Concordo que existe essa “crise”. Não se vêem grandes centrais jovens. À exceção do Rúben Dias, há um défice de centrais portugueses com grande qualidade e, por isso, é importante que se formem e que os mais novos acreditem que podem lá chegar um dia.

    BnR: Quem é o favorito a ser campeão nacional?

    FM: Acredito que o Benfica é o grande favorito para ser campeão nacional. Mantendo o Bruno Lage e mesmo após a perda do João Félix, acredito que se vai reforçar como deve ser. O FC Porto teve muitas perdas e não será fácil criar agora uma estrutura que seja capaz de ser mais forte do que aquela que foi o ano passado. Por isso, o Benfica é o grande favorito a ser campeão nacional.

    BnR: Para terminar, tens algum plano ou objetivo na tua vida, a curto/médio prazo?

    FM: Vivo um dia de cada vez. Gosto de aproveitar o facto de estarmos cá. Não faltam exemplos de doenças e coisas más no mundo de todos nós. Devemos aproveitar o facto de termos saúde e podermos viver. Eu gosto de viver um dia de cada vez e para a minha família e com a sensação de dever cumprido. Quero dar a melhor educação aos meus filhos e fazer de tudo para que eu, a minha mulher e os meus filhos possamos ser felizes.

     

    Foto de Capa: UEFA

    Artigo Revisto por: Ana Ferreira

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    Mário Cagica Oliveira
    Mário Cagica Oliveirahttp://www.bolanarede.pt
    O Mário é o fundador do Bola na Rede e comentador de Desporto. Já pensou em ser treinador de futebol por causa de José Mourinho, mas, infelizmente, a coisa não avançou e preferiu dedicar-se a outras área dentro do mundo desportivo.