Futebol de hipócritas e não de toupeiras

    Não sou, nem pretendo ser um especialista em direito, seja ele desportivo ou outro qualquer. Essas ilações deixo-as para quem percebe, e se procurarem, opiniões de especialistas não faltam. Não deixo, no entanto, de verificar que por esta altura o número de especialistas em direito desportivo cresce exponencialmente. Os ‘especialistas’ em direito desportivo, que aparecem nas ruas com os seus orgulhosos cachecóis, quando o clube rival é ligado a um caso de corrupção, são também aqueles que depois não percebem nada de justiça quando toca ao seu clube. Novamente, futebol de hipócritas, onde não impera qualquer racionalidade.

    Indo direto ao plano desportivo destes casos de corrupção e deixando a clubite de lado, facilmente todos nos lembramos dos três grandes ligados a casos de corrupção. Ponto assente. Já aqui deixei alguns exemplos para os três. Todos eles denotam, com estes casos de corrupção, o ‘chico-espertismo’, que eu anteriormente enunciei.

    Ora bem, depois de consultar qual a definição de futebol num dicionário cá em casa aquilo que eu encontrei foi curioso: “Desporto em que 22 jogadores, divididos em dois campos, se esforçam por introduzir uma bola na baliza do campo adversário, sem intervenção das mãos, durante uma partida dividida em dois tempos de 45 minutos cada um.”

    Será que esta definição se adequa aos dias de hoje? Eu diria que não.

    Para mim, o futebol é hoje um desporto em que 22 jogadores se esforçam para marcar golo e os seus dirigentes desportivos se esforçam nos bastidores em lutas de poder. E o pior nisto tudo, na minha opinião, ainda é a cumplicidade existente por parte dos adeptos. Desde que o seu clube ganhe e tenham um dia de felicidade em Maio, seja de que maneira for, não há problema.

    O que deveria ser mais importante: Ganhar o campeonato ou ganhar de forma justa e limpa?
    Fonte: SL Benfica

    Já tínhamos conhecimento das lutas de poder pelo ‘controlo’ da arbitragem, temos agora conhecimento das lutas de poder pelo ‘controlo’ do sistema judicial através do caso E-Toupeira. Todos estes casos não deixam de ser preocupantes porque demonstram que toda esta indústria em que o futebol se transformou começa a propagar-se e a querer tomar conta de setores da sociedade, que nada deveria ter haver com o futebol, como é o caso da justiça. Quem põe um travão nisto? A mesma justiça que já demonstrou que não consegue ser totalmente imune aos interesses clubísticos?

    Condene-se quem tiver que ser condenado, retirem-se as responsabilidades desportivas que tiverem que ser retiradas. De uma maneira JUSTA e IGUAL para todos os clubes, seja o clube um dos três grandes ou um clube pequeno.

    Foto de Capa: Liga Portugal

    Artigo revisto por: Rita Asseiceiro

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    Rui Pedro Cipriano
    Rui Pedro Ciprianohttp://www.bolanarede.pt
    Nascido e criado no interior, na Covilhã, é estudante de Ciências da Comunicação, na Universidade da Beira Interior. É apaixonado pelo futebol, principalmente pelas ligas mais desconhecidas, onde ainda perdura a sua essência e paixão.                                                                                                                                                 O Rui escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.