«Não tenho dúvidas de que o Palmeiras podia ter batido o Flamengo de Jorge Jesus» – Entrevista BnR com Paulo Turra

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    BnR: O Paulo tem o desejo de ser treinador principal ao alto nível?

    PT: Tenho. Eu considero-me um treinador principal, mas tenho o privilégio de ajudar o professor Felipe. Quem não gostaria de estar no meu lugar? Muitos! Além de o estar a ajudar, eu estou a aprender com um dos melhores treinadores do mundo e que mais títulos conquistou. Quando o professor Felipe resolver parar e disser para eu seguir a minha vida, aí volto a ser treinador principal.

    BnR: Quando for treinador principal que ideias vai querer implementar?

    PT: Se for treinador de uma equipa média/alta, e puder começar o trabalho do zero, vou montar uma equipa vertical. Uma equipa que defende muito bem, que não tem problemas em defender atrás da linha da bola e que encurta o portador da bola e os espaços, fazendo compensações verticais e horizontais. No momento da recuperação da posse de bola, transita com muita rapidez. Ao mesmo tempo, quando tiver posse de bola, do meio campo para a frente, vai ser dado espaço à individualidade. Contra equipas fechadas, é a individualidade, o drible ou o remate de fora da área que fazem a diferença. A minha equipa não vai ter posse de bola lenta, com passes para trás. Não concordo que, quando a bola está na frente, volte para o guarda‑redes. O meu guarda-redes vai ser um “gatilho” de início de jogo, mas ele só vai jogar com certeza e responsabilidade. Não vai sair a jogar por um jogador de costas para o jogo, nessas situações vai bater longo, mas direcionado, na frente. Do meio campo para trás, a minha equipa vai ser segura e com responsabilidade. Não vou fazer da minha equipa uma roleta russa.

    BnR: Prefere uma equipa com qualidade de jogo ou com bons resultados?

    PT: Para uma equipa ter bons resultados achas que não tem qualidade? Depois a qualidade varia. Qual é a qualidade do Liverpool? Qual é a qualidade do Barcelona? É uma qualidade diferente, mas igualmente eficiente.

    BnR: Desde que saiu do Palmeiras, o que tem feito?

    PT: Estudado, debatido e assistido muito futebol.

    BnR: Já afirmou publicamente que gostava de viver em Portugal. Essa mudança está para breve?

    PT: Para breve não sei. Só se uma equipa portuguesa contratar o Felipão. Por agora, continuo com o professor até ele acabar a carreira ou dizer para eu ir à minha vida.

    BnR: Alguma proposta de trabalho para um futuro próximo?

    PT: Desde que saímos do Palmeiras, no mínimo dez equipas, brasileiras e de fora, fizeram-lhe propostas oficiais. Ele está num patamar em que estuda a equipa para onde vai. Vê se é para ganhar títulos e vê se tem condições para implementar o seu modelo de jogo ou não. Agora, está a falar com duas equipas de fora do Brasil.

    BnR: Quer revelar-me que equipas são?

    PT: Não posso [risos].

    BnR: Obrigado, Paulo!

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    Francisco Grácio Martins
    Francisco Grácio Martinshttp://www.bolanarede.pt
    Em criança, recreava-se com a bola nos pés. Hoje, escreve sobre quem realmente faz magia com ela. Detém um incessante gosto por ouvir os protagonistas e uma grande curiosidade pelas histórias que contam. É licenciado em Jornalismo e Comunicação pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e frequenta o Mestrado em Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social.