O Futebol Insular: Clubes Açorianos no CPP

    O Operário, clube da ilha de S.Miguel, da Lagoa, é um dos clubes açorianos com maior tradição na prova. A equipa da cidade de Lagoa, nos últimos anos, tem tido presença habitual nas fases de apuramento acabando sempre por morrer na praia e não conseguir a subida. Esta época, com André Branquinho, jovem treinador do clube, o objetivo da equipa passa por voltar a tentar conquistar os lugares cimeiros. Apesar disso, o clube tem encontrado diversos obstáculos financeiros para constituir um plantel ambicioso. Ainda há semanas a equipa não conseguia inscrever jogadores. Com a situação já resolvida, a equipa pretende agora ter alguma tranquilidade para mostrar o seu futebol e para integrar as muitas caras novas que chegaram ao plantel da equipa da Lagoa.

    O Praiense, equipa da Praia da Vitória, da ilha Terceira, esteve a um bocadinho de conquistar a subida na época passada. Já todos pensavam que os açorianos iriam conquistar uma subida de divisão inédita mas nos últimos dois jogos da segunda fase do CPP, a equipa perdeu pontos e acabou por não conquistar a subida direta. No confronto, em play off, contra o Leixões a equipa de Francisco Agatão não teve melhor sorte e acabou por morrer… na praia. Esta época, já com a temporada passada esquecida, a equipa da Terceira investiu num plantel muito equilibrado. Há um misto de jogadores experientes com alguns jogadores naturais da ilha Terceira, num plantel com muita qualidade e com alguns jogadores que já jogaram em divisões superiores. O objetivo da equipa da Praia será tentar repetir o êxito da temporada mas garantindo, desta vez, a tão almejada subida.

    O recém promovido Sporting Ideal poderá também ser uma das surpresas da Liga. A equipa natural de S.Miguel foi uma das que mais se movimentou no defeso e promete formar uma equipa competente o suficiente para alcançar a manutenção no CPP. A equipa da cidade da Ribeira Grande, que o ano passado conquistou  o campeonato de futebol dos Açores conta com alguma inexperiência mas promete vir a dar luta aos seus adversários, sob o comando de Luís Roquete, treinador muito experiente.

    O Praiense quer alcançar este ano o que não conseguiu na útima época Fonte: SC Praiense
    O Praiense quer alcançar este ano o que não conseguiu na útima época
    Fonte: SC Praiense

    Outro clube terceirense nesta competição é o Lusitânia. A equipa de Angra do Heroísmo, tal como o Sporting Ideal, luta pela manutenção na prova. Ao contrário dos exemplos acima citados, a equipa do Lusitânia conta com um plantel muito vasto. O mercado açoriano foi o principal foco da equipa Terceirense que conseguiu formar um bom plantel sob o comando de Roldão Duarte, técnico que na temporada passada orientava o Angrense. Esta equipa do Lusitânia tem uma tarefa complicada pela frente mas neste início de campeonato tem estado bem, conquistando duas vitórias em dois jogos, demonstrando que pode conseguir ser surpresa, imitando o Praiense na temporada passada.

    Da ilha branca, Graciosa, vem o Sporting Clube de Guadalupe.  À semelhança das outras equipas açorianas, a equipa da ilha Graciosa, mexeu muito no seu plantel. Das equipas açorianas mencionadas é aquela que tem menor tradição na prova. O objetivo da equipa açoriana passará, naturalmente, pela manutenção. A equipa reunida é demasiado inexperiente algo que poderá complicar a contas finais. Surpreendeu a decisão da direção na escolha para treinador do clube. Bruno Álvares, homem que na temporada passada passou pelo Fátima, de 30 anos, foi o escolhido. O jovem técnico, bicampeão em Macau pelo Benfica de Macau, tem aqui a oportunidade de se poder afirmar no futebol nacional. De elogiar a aposta da direção do clube num jovem que poderá se afirmar no futebol português nos próximos anos, um jovem com passagens por Benfica e Sporting, na formação.

    Mais uma vez, importa dizer que o futebol nos Açores não está em decadência, nem para lá caminha. O esforço feito pelas equipas nos Açores tem sido visível e nos últimos anos têm surgidos resultados que comprovam isto. Há ainda uma barreira entre estes clubes e os clubes de Portugal Continental que competem no CPP. A questão das viagens, as questões financeiras terão sempre peso na época destas equipas. Mais uma vez, espera-se que haja uma surpresa e que na temporada que aí vem várias equipas açorianas possam estar em destaque. Para o bem do futebol nos Açores, para o bem da geografia no futebol português, cada vez mais bipolar.

     

    Foto de Capa: Henrique Barreira/CD Operário

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    Raquel Roque
    Raquel Roquehttp://www.bolanarede.pt
    A Raquel vem dos Açores, do paraíso no meio do Oceano Atlântico. Está a concluir a licenciatura em Estudos Portugueses e Ingleses. Guarda os clássicos da literatura, a Vogue e os jornais desportivos na mesma prateleira.                                                                                                                                                 A Raquel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.