Obrigada, Dito!

    O sonho quase concretizado

    A maioria dos benfiquistas está (infelizmente) familiarizada com a “maldição de Béla Guttmann” e portanto sabe que o Benfica só poderá voltar a ganhar títulos europeus a partir de 2062. No entanto, já por várias vezes, o clube da Luz tentou quebrar o enguiço. Uma das equipas a tentar quebrar a maldição foi mesmo o Benfica da época de 1987/1988, no qual Dito era um dos pilares da defesa das águias. A campanha europeia das águias havia sido sensacional, contrastando com a pobre performance nacional, em que perdeu o campeonato e a Taça de Portugal. Ainda com Ebbe Skovdahl na fase de grupos, golearam o Partizani Tirana por 7-0 (no conjunto dos dois jogos) e o AGF Aarhus por 1-0. Já com Toni ao comando, eliminaram o Anderlecht por 2-1 nos quartos de final e o Steua Bucareste por 2-0 nas meias finais. A final contra o PSV Eindhoven era o último obstáculo antes de concretizar o sonho da nação benfiquista. Ainda por cima, as águias podiam vencer a Taça dos Campeões no ano seguinte à vitória do FC Porto na competição; maior motivação era impossível. O jogo foi bem disputado, com ambas as equipas a tentar resolver o jogo sem ter de ir a grandes penalidades, o que deu muitas dores de cabeça aos defesas de ambas as equipas.

    Dito foi intransponível na linha defensiva do Benfica; notava-se ali toda a vontade de quebrar a maldição, muito foco para isso e, sobretudo, a responsabilidade de quem sabia estar a lutar por um sonho antigo, enquanto representava uma nação de adeptos e uma cidadezinha do norte do país. O jogo lá se arrastou para penáltis e aí é uma questão de sorte, mas sobretudo de competência. Dito concretizou a sua grande penalidade, assim como todos os jogadores das águias que bateram os primeiros cinco penáltis. Estava tanta gente a torcer por eles… infelizmente, já sabemos o que se segue. Veloso foi bater o sexto penálti, um decisivo, já que se falhasse, a taça ia para o PSV. O remate saiu meio frouxo, denunciado, e van Breuke defendeu. Terminava assim uma campanha brilhante das águias e o sonho de quebrar uma maldição antiga. Sei de vários barcelenses que ficaram destroçados ao verem o sonho de um filho da terra esbarrar nas luvas do guarda-redes holandês. O Benfica merecia aquela taça e Dito ainda mais. Não foi dessa. Raio do Guttmann…

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    Inês Figueiredo Mendanha
    Inês Figueiredo Mendanhahttp://www.bolanarede.pt
    A Maria é uma orgulhosa barqueirense (e por inerência barcelense ) que aprendeu a gostar de futebol antes de saber andar. Embora seja apologista das peladinhas entre amigos, sai-se melhor deixando o que pensa gravado em papel. Benfiquista de coração e Gilista por devoção é sobretudo apaixonada pelo futebol que faz o país parar quando a bola começa a rolar.                                                                                                                                                 A Maria escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.