CONTRAS
Arbitragem como bode expiatório – Entramos agora no pior que este regresso do futebol nos trouxe e começamos com um mal comum em Portugal: apontar sempre o dedo à arbitragem. Foi depois da derrota do FC Porto com o FC Famalicão que fomos relembrados desta prática habitual, com Sérgio Conceição a acusar o árbitro Nuno Almeida de não ter assinalado um penálti sobre Aboubakar. “Já é habitual”, disse o técnico azul-e-branco, tal como é habitual que o culpado pelas derrotas seja sempre a equipa de arbitragem e não o desempenho dos jogadores ou as escolhas do treinador. Uma desculpa fácil e contra-produtiva que esconde os erros da própria equipa e aquilo que é preciso melhorar nos dragões.
De todas as ideias que já vi para “encher” o Estádio, esta é claramente uma das mais bem conseguidas.
Para o que se pretende, o efeito visual é fantástico. Excelente iniciativa do Benfica. pic.twitter.com/TdfWCtnTPo
— Profeta do Benfica (@ProfetaBenfica) June 4, 2020
Estádios vazios – O elefante na sala deste regresso de campeonato. As bancadas despidas por ordem da DGS contrastam com o espetáculo que se tem visto no relvado e que bem merecia ter público ao vivo a assistir. Depois de ver espetáculos de música com duas mil pessoas no Campo Pequeno, fica a pergunta se não seria possível ter adeptos nas bancadas no resto do campeonato, mas esta parece ser uma ideia rejeitada pelos responsáveis de saúde, para muita pena de adeptos, jogadores e clubes de futebol em Portugal.
Declaração do Presidente do Sport Lisboa e Benfica.#PeloBenfica #EPluribusUnum
— SL Benfica (@SLBenfica) June 5, 2020
Mais um episódio de violência – Terminamos com o ponto mais baixo do regresso da Primeira Liga: o ataque com pedras ao autocarro do SL Benfica. Aconteceu depois do jogo dos encarnados com o CD Tondela, quando as águias regressavam ao centro de treinos no Seixal, e que terminou com Weigl e Zivkovic a terem de receber tratamento hospitalar. Mais um episódio violento que mancha o futebol português e que mostra que ainda há muito para fazer, de forma a terminar de vez com o comportamento inaceitável de certos adeptos. Esperemos que o resto do campeonato seja cheio de golos e espetáculo e que cenas como esta desapareçam da Primeira Liga.
Artigo revisto por Inês Vieira Brandão