A grande maioria dos clubes em Portugal têm uma relação com as assistências dos estádios semelhante à equação do preço da gasolina face ao barril de petróleo. Basta olhar para a assistência dos seus jogos para se puder adivinhar o número de pontos na tabela classificativa. São os chamados “adeptos pipoqueiros”.
Felizmente há – pelo menos – um clube em Portugal onde acontece precisamente o contrário – O Boavista.
Nas palavras do atual Ministro da Defesa “um boavisteiro é um adepto mais perfeito do que os outros. Porque ama sem esperar nada em contrapartida”.
Os adeptos axadrezados – muito bem liderados pela sua sempre fiel claque Panteras Negras – têm sido a antítese da pobreza de valores em que caiu o futebol português ao longo dos últimos anos. Embora não sejam em número tão expressivo quanto em outros clubes, foi precisamente nos momentos de maior adversidade que se uniram à equipa, mobilizando-se massivamente – ao nível dos três grandes – e tornando-se o mais poderoso jogador da equipa: o número 12.
Foi precisamente nas alturas de maior aperto classificativo que estes adeptos registaram as suas maiores mobilizações desde que regressaram à primeira liga, empurrando a equipa rumo às vitórias.
Se a tudo isto somarmos casos onde estes adeptos, após sofrerem pesadas goleadas, acabaram os jogos com uma imensa ovação de apoio à equipa, por cima dos adeptos caseiros, ficamos absolutamente sem palavras para os descrever.
“Se eu te pudesse dizer
O que nunca te direi,
Tu terias que entender
Aquilo que nem eu sei.”
Fernando Pessoa
Devia ser boavisteiro.
Foto de Capa: Boavista FC
Artigo revisto por: Francisca Carvalho