Os treinadores que falam e os que nada dizem

    E depois há os treinadores que nada dizem. E não querendo ir muito a nomes, não querendo ferir muitas suscetibilidades, difícil é fugir ao topo desta hierarquia onde se encontra, claramente, o treinador do tetra campeão nacional, Rui Vitória.

    Rui Vitória “esconde” vezes demais o que lhe vai na alma
    Fonte: SL Benfica

    E como são estes treinadores? São autênticos “robots”.  Antes da conferência de imprensa uma pessoa relativamente atenta ao futebol, consegue quase na íntegra adivinhar o que vai ser respondido, e com um pouco mais de esforço até a entoação será descoberta.

    Perguntamos diretamente sobre algum jogador e automaticamente estes treinadores levam-nos para o campo do “não gosto de individualizar situações.” Perguntamos o porquê de algo que terá ocorrido e levamos com um “esse assunto é do foro interno do clube e será discutido no sítio certo, que não é, claramente, aqui”.

    São várias as vezes que num exercício mental mais ou menos fácil, se colocam de lado questões que se sabem à partida que não terão uma resposta pronta e esclarecedora. Não vale a pena perguntar sobre opções técnicas ou tácticas, porque a conversa cairá no habitual “procurámos dar mais equilíbrio há equipa” ou “tentou-se que a dinâmica fosse superior” ou algo pouco diferente disto.

    Por fim, estes treinadores são capazes de nos surpreender, uma ou duas vezes por ano, mas dificilmente no onze inicial de um qualquer jogo, ou nas suas substituições. Facilmente conseguimos adivinhar quem entrará para o lugar de quem, e até mesmo o período de jogo em que tal acontecerá, conforme esteja o resultado. Muitas vezes os “sacrificados” são os habituais, mesmo que a prestação pareça, ao adepto generalista, melhor do que a de algum eventual não substituído.

    Para que isto mude, aconselho, mesmo não sendo ninguém para o fazer, a que estes treinadores abram o jogo, e entendam que não estão a matar a curiosidade das pessoas que os questionam, mas antes a falar para todos os simpatizantes, adeptos e sócios dos seus clubes, os mesmos que fazem com que eles tenham empregos, porque afinal eles são o clube.

    Por favor, façam das vossas competências técnicas as vossas competências comunicacionais. Abram um nadinha da porta que para alguns parece estar quase sempre fechada, ou entreaberta, mas sem que se consiga passar para o vosso mundo. Porque também o vosso mundo, as vossas palavras e as vossas emoções são parte integrante do nosso futebol.

    Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal

    Artigo revisto por: Rita Asseiceiro

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    Tiago Ferreira
    Tiago Ferreirahttp://www.bolanarede.pt
    O Tiago é um apaixonado pela vida, pelas pessoas e também por tudo o que rodeia o desporto em geral e o futebol em particular. Assim, tenta expressar as suas emoções e vivências da melhor forma que julga conseguir fazê-lo: por palavras escritas.                                                                                                                                                 O Tiago não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.