Assim, esta relação não admitida mas invisivelmente generalizada beneficia as três partes; os clubes portugueses garantem possíveis talentos que lhes dão força para discutir títulos e no futuro a hipótese de um negócio chorudo, os empresários colocam as suas jóias em montras vistosas e os atletas salivam só de imaginar entrar em campo ao som do hino da Liga dos Campeões e de se mostrarem perante os clubes dos seus sonhos de criança.
No entanto, os colossos do velho continente parecem já ter percebido este inocente mas vantajoso esquema e começam a comprar diretamente aos clubes formadores. Exemplo disso são as transferências de Philippe Coutinho do CR Vasco da Gama para o FC Inter, de Neymar do Santos FC diretamente para o FC Barcelona e, mais recentemente, de Gabriel Jesus do SE Palmeiras para o Manchester City FC. Nestes casos e à semelhança do que tem vindo a acontecer frequentemente, os poderosos evitam gastar dinheiro desnecessário na compra a um clube intermediário e vão negociar diretamente com a fonte do jogador desejado.
Podia ser uma má notícia para os clubes portugueses mas a verdade é que pouco altera o seu comportamento em relação à janela de transferências. Numa corrida à parte, os clubes portugueses continuam a fazer o seu trabalho de observação e investigação e os valores sul-americanos vão continuar a entrar em Portugal, ficar por uns anos e rapidamente sair para um clube de nível bem superior à nossa Primeira Liga. Para o comprovar, basta acompanhar o caminho que Fede Varela, Wenderson Galeno, Franco Cervi e Danilo Silva vão percorrer.
Foto de Capa: Goal.com