Vídeo-árbitro ou vídeo-polémica?

    Ora, apos esta análise do comportamento do vídeo-árbitro na primeira jornada da Primeira Liga, a minha reflexão pessoal sobre o assunto é que: Ficou demonstrado que as polémicas em torno das arbitragens não vão desaparecer com este novo sistema, longe disso. O que se tem visto, para já, é exactamente o mesmo, com treinadores que perdem jogos e criticam arbitragem, adeptos e programas televisivos que perdem horas para se discutir arbitragem em vez do futebol jogado, ou seja, tudo igual. Deixo a minha crítica pessoal a treinadores como José Couceiro e Abel Ferreira, não pelo trabalho desenvolvido ou que se devam calar quando se sentem injustiçados, mas pela postura que optaram por ter após os seus jogos, e as palavras em relação ao vídeo-árbitro. Um discurso radical e agressivo que em nada contribuiu para o nosso futebol, ficando sempre a sensação de que os treinadores tentam esconder o fracasso dos seus trabalhos usando a maneira mais fácil, que é a de culpar a arbitragem, desviando com isso os focos de atenção. Demonstram-se conhecedores da cultura desportiva portuguesa que irá discutir ao longo da semana os lances polémicos e ninguém irá falar das escolhas tácticas dos treinadores, o que mais uma vez reitero, em nada contribuírem para o melhoramento do futebol português e da sua pacificação. Em relação ao vídeo-árbitro ficou demonstrado nesta semana que pode vir a ser útil em certos casos como aconteceu no Porto-Estoril e eliminar alguma percentagem de erro e polémica, mas ficou também demonstrado que existe ainda muito por onde melhorar e que é um sistema dúbio. A interpretação do árbitro em lances como o de Jardel no Benfica-Braga continuam a ter “prioridade” em relação às imagens televisivas, quando por exemplo ainda na Supertaça da Holanda tivemos o caso do árbitro na sua interpretação pessoal não assinalar grande penalidade e por indicação do vídeo-árbitro voltar atrás na sua decisão, ao visionar as imagens. É assim que eu idealizo o vídeo-árbitro e como se pode ver, para já, o vídeo-árbitro apesar de ser um sistema igual em todo o lado está a ter diferentes maneiras de uso e de acção de país para país.

    Fonte: FFF - Fédération Française de Football
    Fonte: FFF – Fédération Française de Football

    Por último, uma nota para a Federação Portuguesa de Futebol, que veio na Sexta-Feira esclarecer que o vídeo-árbitro em Portugal ainda não está equipado com o equipamento que permite ao vídeo-árbitro, através de linhas, verificar as posições dos jogadores em fora de jogo. Como pode isto acontecer? Quisemos e fizemos questão de ser uma das primeiras ligas a adoptar este sistema e depois não adoptamos o sistema como deve ser? Não pode ser, e o lance do golo anulado ao Braga poderia ter tido uma melhor tomada de decisão e ter-se evitado a polémica se o vídeo-árbitro já tivesse equipado com as linhas de fora de jogo. Deixar também a sugestão de que façam todas as semanas aquilo que fizeram esta, com uma análise ao final de cada jornada dos lances polémicos de vídeo-árbitro, e uma explicação para os adeptos da decisão que foi tomada, ou talvez, tal como aconteceu na final da Taça de Portugal, um vídeo explicativo com as palavras do árbitro em cada lance. Acho que se evitavam muitas horas perdidas de discussão e ao mesmo tempo se esclareciam as pessoas.

    Foto de capa: Federação Portuguesa de Futebol (FPF)

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    Rui Pedro Cipriano
    Rui Pedro Ciprianohttp://www.bolanarede.pt
    Nascido e criado no interior, na Covilhã, é estudante de Ciências da Comunicação, na Universidade da Beira Interior. É apaixonado pelo futebol, principalmente pelas ligas mais desconhecidas, onde ainda perdura a sua essência e paixão.                                                                                                                                                 O Rui escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.