BnR: Quando voltaste? Que mudanças ocorreram?
[FF]: Mudou muita coisa… Voltei aos 14 anos. Aprendi a ser autónomo e a decidir com mais segurança. O Benfica trabalhou muito bem comigo porque me levou a muitos torneios com o objectivo de me integrar progressivamente na equipa, adaptar-me a estar com os meus colegas e menos dependente da minha família. Apesar da separação precoce, sinto que não abdiquei da minha infância porque fui eu que escolhi isto para a vida! Hoje, claro que não posso sair à noite nem fazer metade do que muitos dos meus colegas fazem, mas eles não sonham com o mesmo que eu sonho, que é ser profissional de futebol.
BnR: Aos 16 anos, como vês esta situação de viveres longe da tua família?
[FF]: Agora já era estranho voltar a viver com a minha família… Claro que me fazem muita falta mas cresci e sinto-me uma pessoa responsável, independente, madura e melhor preparada para o que a vida me pode proporcionar.
BnR: Estando longe dos teus pais, a tua responsabilidade em relação à escola é acrescida?
[FF]: Claro que sim! Continuo a contar com o apoio dos meus pais e do Benfica. Apesar do pouco tempo que tenho para estudar, tenho conseguido boas notas. Não sendo a escola a minha principal prioridade, sinto que é importante porque neste mundo do futebol nada é certo. O próprio clube também nos incentiva a conciliar os dois mundos.
BnR: De que forma veio a tua vinda para o Seixal alterar as rotinas da tua família?
[FF]: A minha família já tinha o hábito de ver jogos de futebol ao fim de semana, os do meu irmão. A partir do momento em que vim para cá, os fins de semana são diferentes. Vêm ao Seixal e passam o sábado ou o domingo, dependendo do dia do meu jogo. Sendo mais cansativo para eles, é imprescindível para mim o seu apoio. Eles sabem-no e, por isso, fazem-no com muito gosto.