O regresso do Portimonense à 1ª Liga Portuguesa foi marcado para uma tarde de verdadeiro calor e de verão em Portimão. O Boavista foi quem apadrinhou este regresso ao principal escalão do futebol, pelo qual se fez deslocar em força e em massa em terras algarvias, como era bastante visível nas imediações do estádio. Num estádio bem composto mas não cheio, a atmosfera era de uma autêntica festa e começava com um abraço do antigo jogador do Boavista Fary ao treinador do Portimonense Vítor Oliveira.
Os Algarvios entraram bem no encontro, a tentar ter posse de bola e comandar os acontecimentos através de transições curtas e seguras, ao invés dos ‘Panteras Negras’ que optavam pelas bolas longas e altas, o chamado jogo nas costas dos defesas.
O jogo estava encaixado bem como as tácticas, e os ‘axadrezados’ num lance de Rochinha pelo meio da defesa Algarvia abriu o marcador no Portimão Estádio, decorria o minuto 21.
Uma primeira parte muito bem disputada, apesar do esforço dos jogadores do Portimonense neste arranque, é notório as falhas em momentos fulcrais que podem facilmente desequilibrar ou por outro lado decidir um encontro. Prevaleceu a experiência da equipa Boavisteira, que por várias ocasiões podiam ter ampliado a vantagem. Realce para uma paragem ao minuto 35 para refrescar, devido ao intenso calor.
Na segunda parte do encontro, a equipa da casa entrou determinada a mudar o rumo dos acontecimentos, o que viria a ser consumado, por parte da defesa do Portimonense Rúben Fernandes, ao minuto 53’ através da marcação de um canto e após vários ressaltos. O estádio explodia de alegria e o jogo encontrava-se como início, empatado, e as hostes algarvias podiam aspirar uma vitória.
Destaque para a falta de segurança que desde início se manifestou. Tanto a claque do Boavista como a do Portimonense encontravam-se na mesma bancada, e após o golo do empate, elementos da claque ‘axadrezada’ rebentaram com a fraca vedação que os separa dos elementos da claque da casa, e houve mesmo agressões físicas e feias que só denigrem o futebol português. O fraco policiamento não impediu os confrontos, e logo a seguir, chegam ao estádio duas carrinhas de corpo de intervenção. A segurança tem que ser reforçada urgentemente, pois trata-se de jogos do principal escalão do futebol em Portugal.
O jogo encontrava-se quente e de muito contacto físico, mas era a equipa da casa que estava por cima, quando ao minuto 85, aquele que talvez seja considerado o homem do jogo, Bruno Tabata marcou o golo da vitória do Portimonense, e de seguida, novamente o Portimão Estádio a ir a baixo, num clima de verdadeira euforia.
Até final do jogo, o Portimonense ainda conseguiu criar mais oportunidades de golo, numa atitude irrepreensível e de sacrifício por parte dos jogadores. O Boavista nunca mais conseguiu alcançar qualquer tipo de real oportunidade de golo, apesar de nunca se ter conformado.
Portimonense regressa à 1ª liga com uma boa vitória, cheia de garra e de sacrifício e deixa indícios de uma época bastante prometedora.