SC Braga 2-0 Estoril Praia SAD: Ricardo Horta foi bipolar, mas decisivo

    A CRÓNICA: ‘TIKI TAKA’ ARSENALISTA EM 45 MINUTOS DE ALTA ROTAÇÃO

    O SC Braga recebeu e venceu o Estoril Praia SAD por 2-0, num jogo marcado por uma primeira parte de alto nível dos homens da casa e por alguma bipolaridade de Ricardo Horta, que teve final feliz.

    Foi exatamente isso: a noite de Ricardo Horta, e a primeira parte não podia ser mais o espelho disso mesmo. Mas nem tudo são contos de fada para o craque português. A entrada no jogo foi muito tremida e danosa para a equipa. Isto, porque Horta conseguiu num espaço de apenas 10 minutos, falhar duas ocasiões flagrantes para faturar.

    O primeiro lance de perigo até se «perdoa», porque a mancha de Thiago foi, de facto, muito boa. Contudo, na segunda ocasião, através de uma grande penalidade, era pedido que Horta fizesse melhor – remate muito denunciado e algo fraco – que acabou em mais duelo ganho por parte do guardião brasileiro.

    Fonte: Estoril Praia SAD
    Momento em que Thiago defende a grande penalidade de Ricardo Horta

    Mas, já diz o ditado: “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Foi o ditado da noite para Ricardo Horta, que depois de duas perdas desoladoras lá conseguiu fazer abanar as redes.

    Ao minuto 33, Ricardo Horta inaugurou o marcador num desenho coletivo fantástico por parte do trio ofensivo – Medeiros, Vitinha e Horta. Foi um autêntico ‘tiki-taka’ que se viria a repetir seis minutos depois. Isto, porque ao minuto 39, os três da frente voltaram a provocar estragos, e tiveram novamente um papel decisivo na construção do golo (e do bis) de Ricardo Horta. Dois golos de rajada, que levaram o SC Braga para o intervalo com uma vantagem ajustada ao que tinha acontecido nos primeiros 45 minutos.

    No segundo tempo, a toada mudou com um claro ascendente para o Estoril Praia SAD a partir do minuto 60. Momento que coincidiu com as substituições protagonizadas por Bruno Pinheiro. Depois, para ajudar a este ressuscitar estorilista, Lucas Mineiro acaba por sofrer o segundo amarelo e consequente vermelho, que deixou os homens da casa reduzidos a 10 e com muito que sofrer até final.

    Assim foi, ao passo que até final, o SC Braga precisou de sofrer muito para levar de vencido o Estoril Praia SAD, e para não sofrer qualquer tento. 2-0, e o SC Braga pode respirar de alívio no quarto posto da tabela.

     

    A FIGURA

    Ricardo Horta – Dois golos, (já são nove no campeonato) e mais uma partida de elevado nível para o português, que é já uma das principais figuras da história do SC Braga.

     

    O FORA DE JOGO

    Lucas Mineiro – Deitou por terra a esperança do SC Braga conseguir segurar o jogo com bola e com outra tranquilidade. Uma expulsão evidente, num lance de meter Carvalhal com as mãos na cabeça.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SC BRAGA

    A equipa orientada por Carlos Carvalhal apresentou-se no seu 3-4-3 habitual, ainda que, o sistema muitas vezes se desdobrava num 3-5-2, com a presença de muitos homens entrelinhas, de forma a destabilizar linha defensiva do Estoril Praia SAD.

    Em termos daquilo que foi a preparação para o jogo, os homens da casa procuraram reter ao máximo a posse de bola, e controlar todos os ritmos do jogo, pressionando de forma astuta e veemente a primeira fase de construção do lado visitante.

    Do ponto de vista ofensivo, com um futebol bastante emparelhado, a turma bracarense não abdicou de sair curto da primeira fase de construção, e criava jogo, quase sempre de forma paciente, em busca do espaço livre.

     

    11 INICAL E PONTUAÇÕES

    Matheus (8)

    Paulo Oliveira (6)

    Raul Silva (6)

    Diogo Leite (6)

    Yan Couto (6)

    Francisco Moura (6)

    Lucas Mineiro (4)

    André Horta (6)

    Iuri Medeiros (7)

    Ricardo Horta (8)

    Vitinha (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Gorby (5)

    Mario González (5)

    Fabiano (6)

    Piazón (5)

    Chiquinho (6)

     

    ANÁLISE TÁTICA – ESTORIL PRAIA SAD

    Alinhando num 4-3-3, os forasteiros só se desinibiram depois do segundo golo caseiro. O técnico Bruno Pinheiro foi algo conservador e ‘cedeu’, desde cedo, a posse de bola ao adversário.

    Defensivamente, a equipa estorilista desmontava-se num 4-5-1, que traduzia bem a forma como Bruno Pinheiro quis, acima de tudo, anular o adversário.

    Ofensivamente, a espaços, os forasteiros foram obrigando o SC Braga a baixar linhas e a recuar, não obstante a capacidade de trabalhar sem bola dos bracarense também se tenha superado à capacidade de criação do lado do Estoril.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Thiago Silva (7)

    Carles Soria (6)

    Patrick William (6)

    Nahuel Ferraresi (6)

    Joãozinho (6)

    Rosier (5)

    Francisco Geraldes (5)

    Arthur Gomes (6)

    André Franco (5)

    António Xavier (5)

    Rui Fonte (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Chiquinho (6)

    Romário Baró (7)

    André Clóvis (5)

    David Bruno (5)

    Bruno Lourenço (6)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Bnr: Boa noite Míster, já referiu um pouco daquilo que foi a pressão alta e da forma como o SC Braga conseguiu condicionar a primeira fase de construção do Estoril, mas gostaria que abordasse um pouco também como foram desenhados os golos do SC Braga e a forma como conseguiriam criar superioridade numérica. E como tem sido trabalhado este tipo de golos, que foram dois em espaços curtos e o SC Braga conseguiu dois bons golos.

    Carlos Carvalhal: “(Sim, deixe-me só dizer já agora que está a falar de futebol e eu quero falar de futebol, gosto de falar de futebol, e eu ironizei porque o SC Braga era uma equipa pouco analisada na minha opinião e lancei um desafio para que fosse feita uma análise ao SC Braga e aceitaram o repto. Deixem-me só dizer que eu não quero ser o mestre da tática nem quero que digam que depois me ando a armar).

    Tirando isso, nós preparamos muito bem a pressão na sua primeira fase de construção e nós estávamos inclinados ou tentamos inclinar o jogo para a esquerda, e o Estoril e muito bem o seu treinador tentou levar-nos primeiro para o seu lado direto para depois sair no lado esquerdo. A nossa equipa teve que fazer um reajustamento durante o jogo, porque foi uma componente estratégica que foi alterada ali. Mas soubemos interpretar muito bem aquilo que tinhamos de fazer. Nesse sentido nós ganhamos muitas bolas, quando o adversário está em construção é uma equipa aberta, a partir daí nós temos treinado sim muito o jogo interior, em função do jogo interior dessa combinações que falou há pouco conseguimos estabelecer dois golos.”

    BnR: Boa noite míster, não sentiu que poderia ter partido para o jogo de forma mais ambiciosa? Do lado de fora deu a sensação que o Estoril partiu muito com o objetivo de anular o SC Braga, e em certo ponto conseguiu, mas depois dos dois golos em particular, não conseguiu dar a resposta que secalhar era desejável, principalmente com homens do meio campo que poderiam ter tido mais tempo com bola.

    Bruno Pinheiro: “Apanhamos um SC Braga que nos últimos quatro jogos em casa fez 17 golos e sofreu três. O Estoril é um clube que vem da Segunda Liga e tem um orçamento baixíssimo, são realidades distintas. E começamos pelos treinadores, um treinador que há dois anos estava numa realidade diferente, e que hoje chega aqui a SC Braga e tem muita de vontade de disputar o jogo. Se nos faltou competência? Talvez tenha faltado, mas não foi falta de carácter, nem foi falta de plano de jogo para ganhar.”

     

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    Diogo Silva
    Diogo Silvahttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.