Casa Pia AC 1-0 Leixões SC: “Heróis do Mar” naufragam perante “Gansos” líderes

    A CRÓNICA: TRÊS EXPULSÕES E UM GOLO, MAS UMA PARTIDA POUCO ANIMADA

    Oriundos de Matosinhos, o Leixões SC desceu ao centro do país para defrontar o Casa Pia AC, uma das sensações da Segunda Liga. Até ao momento, distanciam-se tanto a nível geográfico como classificativo (3º vs 12º), assim como as suas performances habituais. Porém como sabemos, em campo, a história pode ser outra e os “heróis” também.

    Ainda que a partida tenha começado equilibrada, os gansos não pretendiam meter a pata na poça e começaram a apertar cada vez mais. Perto dos 10´, logo depois de um golo anulado a seu favor, Neto conclui o serviço na sequência de uma recuperação fundamental de Jota e o Casa Pia AC ganhava por 1-0.

    Um passo em frente e, seis minutos depois, dois atrás. O capitão Vasco Fernandes leva o segundo amarelo e abandona o campo, o que os obriga a mudar a tática de jogo. A partida acalmou e arrastou-se lentamente até ao intervalo, sem grandes sinais de perigo (salvo uma ocasião dos visitantes).

    Na segunda parte, os “heróis do mar” seguraram o leme da partida e foram à procura do empate, em função do abdique de bola do Casa Pia AC. Terra à vista, mas não uma boa. Thalis, o extremo direito do Leixões, é expulso e deixa o clube em “más águas”. Seria o fim: o naufrágio dos “heróis do mar”? Tentaram, tentaram e tentaram. Porém, o barco nortenho já estava submerso e o Casa Pia AC, muito defensivo, segurou os três pontos em Pina Manique.

     

    A FIGURA

    Neto (Casa Pia AC) – Foi um senhor dentro de campo. Além de marcar o único golo da partida dando a vitória ao seu clube, esteve impecável no miolo do terreno. Preencheu e criou vários espaços, conduziu jogadas e ainda defendeu bem. Que grande exibição!

     

    O FORA DE JOGO

    Thalis (Leixões SC) – Para além de não ter feito um bom jogo quando este o chamou à ação, Thalis acabou por estar num dos momentos-chave para a sua equipa, pelo lado negativo. Ao intervalo montaram uma estratégia para aproveitar a superioridade numérica nos segundos quarenta e cinco minutos e, apenas com 16, o jogador acabou por ser expulso numa atitude completamente evitável. Colocou a sua equipa com menos um e a superioridade que se esperava na segunda parte acabou por não existir.

     

    ANÁLISE TÁTICA – CASA PIA AC

    O Casa Pia AC apresentou-se no típico 3-4-3 com a linha mais recuada a ser constituída por Zolotic mais à esquerda, Zach mais á direita e Vasco Fernandes no eixo da defesa. O meio-campo ficou encarregue a duas peças, Banjaqui e Neto, que viam Derick Poloni a aparecer pela esquerda e Leonardo Lelo pela direita, na função de alas, tão importantes no momento ofensivo como no defensivo. Na linha mais subida apareceu, como de costume, João Vieira a ponta de lança, Jota na esquerda e a surpresa, Leandro Sanca, que jogou pela direita. Esta foi a disposição tática da equipa nos primeiros 19 minutos, enquanto jogaram com 11 jogadores. Vasco Fernandes acabou por ver o segundo amarelo e foi expulso da partida, obrigando os comandados de Filipe Martins a uma reorganização que pareceu bastante simples até ao fim da primeira parte: os dois laterais desceram, assim como os extremos, fazendo a equipa jogar num 4-4-1 que acabou por manter a coesão defensiva.

    Na segunda parte, e prevendo um adversário mais pressionante e com intenções de se chegar mais à frente, a equipa caseira voltou aos três centrais, abdicando do homem da frente mais fixo, João Vieira, dando a responsabilidade a Jota e Sanca de fazerem a equipa jogar nos últimos 30 metros. Conseguiram aguentar os primeiros 16 minutos e, quando viram um elemento da equipa adversária ser expulso, controlaram a partida com mais facilidade, não fugindo ao desenho proposto para a segunda parte.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Lucas Paes (7)

    Zolotic (8)

    Vasco Fernandes (4)

    Zach (6)

    Leonardo Lelo (6)

    Neto (9)

    Banjaqui (7)

    Derick Poloni (8)

    Jota (8)

    João Vieira (6)

    Sanca (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Kelechi (7)

    Vitó (6)

    Lucas Soares (5)

    Camilo (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – LEIXÕES SC

    O Leixões SC dispôs-se num 3-5-2 composto por Calasen a defesa central direito, Léo Bolgado no centro e Gustavo França pela esquerda, fazendo subir os dois alas, Abel Folha pela esquerda e João Amorim pela direita. No meio campo apareceram três elementos, Nduwarugira como número seis e Thalis e Amorim como médios interiores mais ofensivos. Este último com a responsabilidade de aparecer encostado a uma ala quando a equipa tinha bola mais à frente, formando uma linha de três onde se juntava a Wendel, o ponta de lança de raíz, e Kiki, o extremo mais avançado da equipa. Mesmo depois de ver a equipa reduzida a dez, José Mota nada alterou na sua formação na primeira parte.

    Para os segundos quarenta e cinco minutos, com a necessidade de fazer mais, o técnico promoveu uma alteração, tirando Calasan e colocando George, passando a equipa a jogar num evidente 4-3-3, com o número 11 a assumir a posição antes ocupada por Thalis, fazendo-o subir para a extrema direita. Mesmo assim não conseguiram criar oportunidades claras e, quando se voltou a jogar com igualdade numérica, foram obrigados a mexer para não perderem capacidade de pressionar na frente. Assim, José Mota fez entrar Isnaba para fazer face ao expulso Thalis, deixando o meio campo entregue a apenas dois elementos.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Stefanovic (5)

    Gustavo França (5)

    Léo Bolgado (5)

    Calasan (4)

    Abel Folha (5)

    Nduwarugira (7)

    Morim (6)

    João Amorim (5)

    Kiki (5)

    Wendel (6)

    Thalis (4)

    SUBS UTILIZADOS

    George (5)

    Isnaba (5)

    Diogo Leitão (5)

    Rúben Candal (5)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Casa Pia AC

    BnR: Bom dia. Depois de Vasco Fernandes ter sido expulso, o Casa Pia adotou a linha de quatro defesas sem passar grandes dificuldades até ao intervalo. Na 2ª parte, colocou Kelechi e voltou à habitual linha de 5 defesas. Porque é que tomou essa decisão e pergunto-lhe se a equipa não se sente confortável a jogar numa linha de 4?

    José da Paz Reis: Não é uma questão de sentir mais confortável ou desconfortável. A questão é que estamos com muitas rotinas de uma linha de 5 e como tínhamos a opção de mais um central no banco sentimos que a equipa estava mais segura. Também o fizemos em função deste adversário que procura muito jogo exterior com muitos cruzamentos. Sentimos a necessidade de proteger os corredores com os nossos laterais: Lelo e Poloni e condicionar o jogo do adversário.

     

    Leixões SC

    BnR: Antes da expulsão de Thalis, via-se no seu banco que estava a preparar substituições. Mesmo com a expulsão, acabou por fazê-las e perguntava-lhe antes de mais se considera essa expulsão capital para a sua equipa e o que teve de alterar nessas substituições para aquilo que tinha pensado em primeiro plano?

    José Mota: Não foi o momento crucial do jogo, foi o golo. Sem que nada tivesse feito quer uma quer outra equipa, o Casa Pia AC acaba por estar a vencer. Estes erros são os erros que se pagam caríssimo quando oferecemos um brinde ao adversário. A partir daí, o Casa Pia mais nada fez para aumentar a vantagem que tinha. Manteve-se com a sua estrutura, não deu espaço entre-linhas. Fez substituições no sentido de reforçar a defesa porque estava a ganhar 1-0. Isto é que é a diferença. Não poderíamos ter sofrido aquele golo. O 0-0 fazia com que tivéssemos mais espaço para jogar no meio-campo adversário.

    A expulsão do Vasco Fernandes fez com que o bloco do Casa Pia baixasse significativamente, só saindo pela certa. Tudo fizeram para segurar a vantagem. Sei que esta equipa do Casa Pia é uma equipa experiente com jogadores com muita maturidade, ao contrário da minha. Tinha 12 jogadores do escalão sub-23, ainda que isto não seja uma desculpa.

    Não fomos esclarecidos, mas conseguimos dominar. Mesmo em inferioridade, fomos sempre melhores tentando jogar por todo o lado. É verdade que não criámos ocasiões de golo na segunda parte, mas penso que por tudo aquilo que aconteceu merecíamos outro resultado, essencialmente pela duas ou três oportunidades claras que criámos na primeira parte.

     

    Rescaldo da opinião de Diogo Lagos Reis e Guilherme Vilabril Rodrigues.

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