BnR na conferência de imprensa
BnR: Substituiu o Ferro logo ao início da segunda parte, porque fez essa opção? Costuma dizer que os jogadores têm de aprender com os erros. De facto, a equipa errou quando sofreu o golo e atacou mais em campo entre os 70-80 minutos da segunda parte. O que disse aos jogadores intervalo e como acha que eles reagiram?
Renato Paiva: O Ferro tinha jogado 90 minutos na quarta-feira contra o Arouca e estava em gestão de esforço. Vai subir à equipa principal e temos o Kalaica para nos ajudar. Quanto à sua segunda questão, disse ao intervalo este é o tipo de erro que nós temos de ter. Não é bater bola na frente e vir de lá a equipa adversária cortar, entrar em transição e fazer-nos o golo. Temos de jogar ligando sectores, é óbvio que depois há opções estratégicas devido ao adversário. Não jogamos sozinhos. Quando jogam de uma maneira, nós pressionamos de outra. Mandámos subir mais os nossos defesas laterais, fazendo descer os médios alas e libertaram ali os centrais para desarmar o Harramiz. Começámos a partir daí a jogar muito melhor do que com laterais baixos. Queríamos fazer o 2 contra 1. A equipa soltou-se. Na segunda parte houve a questão do vento, mas não entrámos bem e não explorámos o jogo interior. Voltámos a ter momentos em que não temos bola durante dez segundos. Se entramos constantemente em transição, estamos a dar trunfos ao adversário.
BnR: A veterania dos seus jogadores a meio-campo venceu os jovens do Benfica especialmente na boa pressão alta feita pelo CD Mafra na primeira parte?
Filipe Martins: A nível da experiência tenho uma ideia muito sólida. Acho que não tem a ver com a idade, mas sim com as tormentas que ultrapassam. Os marinheiros definem-se pela quantidade de vezes que vão ao mar e às tempestades, e é o caso dos jogadores do SL Benfica. Têm 18, 19, 20 anos, mas muitos jogos de selecções em cima, de Youth League e muita pressão porque eles jogam todos os jogos para ganhar. É um andamento diferente aos olhos de todos. Na minha opinião esta é a equipa com mais valor individual no campeonato e o sinónimo disso foram os jogadores que subiram à equipa principal e outros vão aparecer.
Quando se joga contra equipas desta qualidade temos de correr riscos. Se lhes causarmos a pressão a que não estão habituados… As nossas equipas não se podem acobardar ou encolher. Se corrermos riscos estamos próximos de chegar ao nosso objectivo, apesar de não termos tido sorte em uma ou outra situação. Acima de tudo, merecíamos ganhar, mas o empate aceita-se. Foi um excelente jogo e todos que tiveram aqui e viram em casa gostaram.
Foto de capa: Francisco Correia/Bola na Rede