Um final de Segunda Liga empolgante e as derradeiras decisões do Campeonato de Portugal aí à porta

    SEGUNDA LIGA

    Fruto da enorme consistência que foi tendo, o GD Estoril Praia esteve praticamente sempre na liderança e não só confirmou a subida a abrir o mês de maio, como ainda acabou por se sagrar campeão duas semanas antes do final da Segunda Liga. A equipa de Bruno Pinheiro caiu do trono em fevereiro (após duas derrotas com FC Arouca e Académica OAF), mas foi precisamente a partir daí que os canarinhos iniciaram uma série invejável de triunfos, algo que lhes permitiu ganhar uma almofada pontual para os concorrentes diretos.

    Fonte: Sebastião Rôxo / Bola na Rede

    Já que falamos de adversários diretos, é caso para dizer que nesse capítulo verificaram-se várias mexidas ao longo da segunda volta, de tal modo que as formações que fecharam o pódio nem sequer foram as que andaram a lutar “taco a taco” pela liderança durante grande parte do campeonato.

    Confuso? Vamos por partes. O CD Feirense e a Académica OAF integraram o top 3 durante metade da competição, mas a verdade é que foram perdendo terreno para os clubes que vinham imediatamente atrás. No caso dos fogaceiros, a troca de Filó por Rui Ferreira no comando técnico não surtiu os efeitos desejados e a equipa acabou por cair do pódio, ainda no mês de abril. Entre os dois conjuntos, apenas os “estudantes” entraram para a derradeira jornada a lutar pelo play-off, mas a série negativa de resultados entre final de fevereiro e início de abril acabou por ter peso (gigante!) nas aspirações do Histórico clube de Coimbra.

    Perante este cenário, o FC Vizela e o FC Arouca apareceram de forma bastante empolgada no topo da classificação e não tardaram em espreitar a janela de oportunidade. A equipa de Álvaro Pacheco oscilou na tabela classificativa durante os primeiros dois meses, mas desde o início de novembro (altura em que perdeu, precisamente, em Arouca) que nunca mais conheceu o sabor da derrota na competição. Essa terá sido a chave para o caminho ascendente que a surpreendente formação minhota construiu, tendo chegado ao segundo lugar a nove jornadas do fim, confirmando-o com o regresso à Primeira Liga 36 anos depois.

    E se é verdade que no segundo lugar ficou a equipa com mais golos marcados (59!), no terceiro acabou por ficar a defesa mais sólida da competição (apenas 25 sofridos). O conjunto de Armando Evangelista esteve algo intermitente na primeira volta, protagonizou um mês de janeiro sem triunfos e começou a perder terreno para o topo. Contudo, o sonho da recuperação virou realidade e os arouquenses fecharam o campeonato com uma série extraordinária de nove vitórias seguidas, com a particularidade de terem sofrido apenas três golos, o que evidencia a tal estabilidade defensiva. O play-off diante do Rio Ave FC será um duplo teste de fogo para confirmar a subida.

    Também o GD Chaves chegou a estar na luta pelos primeiros lugares, tanto nas primeiras jornadas com Carlos Pinto ao leme, como na reta final com Vítor Campelos, mas o facto de não ter vencido nenhum dos concorrentes diretos na segunda volta afastou os flavienses das grandes decisões. Seguindo a linha da classificação, FC Penafiel, SL Benfica B, Casa Pia AC e Leixões SC acabaram por fazer campeonatos razoavelmente mais tranquilos e regulares. Já o CD Mafra até esteve em destaque ao integrar o pódio até novembro, mas desde então entrou em queda livre e apenas ganhou dois dos 25 jogos que se seguiram. Ainda assim, tanto os lisboetas como o SC Covilhã entraram para a última jornada sem terem de olhar para as contas da manutenção.

    Entre os seis clubes equacionados para a despromoção à Liga 3, o CD Cova da Piedade e o Académico de Viseu FC apresentavam uma margem pontual mais favorável para se manterem na Segunda Liga, algo que ficou tranquilamente confirmado com os respetivos triunfos, sendo de salientar que ambas as equipas sofreram várias trocas no comando técnico ao longo da época.

    O Varzim SC e o FC Porto B foram as duas equipas que mais tempo passaram na zona de descida, mas curiosamente ambas conseguiram escapar a esse pesadelo. A formação da Póvoa de Varzim foi orientada por quatro treinadores diferentes, passou praticamente toda a época a alternar entre o último e o penúltimo lugar e até entrou para a derradeira jornada como lanterna vermelha. No entanto, impulsionado pelos seus adeptos, o Varzim acabou mesmo por confirmar a manutenção ao escalar três posições na encruzilhada onde estava inserido, mesmo tendo sido a equipa da Segunda Liga com mais derrotas (19). Já os bês dos dragões, que trocaram Rui Barros por António Folha a meio da época, beneficiaram do contributo de alguns jogadores da equipa principal na reta final e terminaram com mais um ponto que os dois despromovidos.

    Igualados com 31 pontos, UD Vilafranquense e UD Oliveirense não evitaram a descida de divisão depois de terem sido derrotados na jornada de todas as decisões. De um lado, a equipa que sofreu mais golos (54), do outro a formação que marcou menos (25). Dois extremos negativos que contribuíram para a sentença final de ambas as equipas.

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    Miguel Simões
    Miguel Simõeshttp://www.bolanarede.pt
    Já com uma licenciatura em Comunicação Social na bagagem, o Miguel é aluno do mestrado em Jornalismo e Comunicação, na Universidade de Coimbra. Apaixonado por futebol desde tenra idade, procura conciliar o melhor dos dois mundos: a escrita e o desporto.                                                                                                                                                 O Miguel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.