Estive, como muitos sportinguistas, no passado sábado, 16 de março, no Dragão Caixa onde assisti, com muita tristeza, à derrota dos Leões por três bolas a uma, numa partida que era decisiva para o campeonato nacional. O jogo foi coberto por polémicas não só por aquilo que se passou dentro do ringue, mas também pelo que se passou além dele, mais concretamente nas bancadas e camarotes. No primeiro caso, uma arbitragem tendenciosa que favoreceu os da casa, com lances muito polémicos, ajuizados a favor dos azuis e brancos; no segundo caso, comportamentos de elevada violência do Dragão Caixa, que teve o seu momento áureo na ameaça ao diretor das modalidades leoninas, Miguel Albuquerque, e na agressão à sua mulher por adeptos afetos à equipa portista.
O que se passou ali foi semelhante ao que já se tinha passado, semanas antes, no Estádio do Bessa, neste caso para o campeonato nacional de futebol: agressões gratuitas a elementos da direção sportinguista. Torna-se imperioso que as autoridades que tutelam o Desporto em Portugal – as respetivas federações, mas também as entidades governativas – não assobiem para o lado relativamente ao que se passa. Isto não é um problema do Sporting, nem de qualquer outro clube. É um problema mais global e transversal à sociedade portuguesa. A consequência principal destas atitudes bárbaras, independentemente da cor clubística daqueles que as praticam, é o afastamento dos adeptos, dos verdadeiros adeptos, daqueles que vibram com o espetáculo, com os golos e os lances, dos ringues, pavilhões e estádios por esse país fora. É isto que queremos para o Desporto português? Eu não.
Mas voltemos ao hóquei nacional e falemos concretamente do jogo jogado. Após essa derrota no Dragão Caixa, os pupilos de Paulo Freitas terão agora muitas dificuldades em renovar o título de campeão nacional. Temos de ser realistas, pois não acredito que a formação portista perca mais pontos até ao final do campeonato. Mas esta derrota deixa um sabor amargo pois com um plantel recheado de vedetas e com o elevado investimento realizado, o Sporting tinha obrigação de fazer muito mais. Ainda para mais numa modalidade que lhe é tão cara. Mas também tinham que fazer mais aqueles do apito na boca, pelo menos demonstrar mais isenção e imparcialidade na análise dos lances. Concordo, por isso, em absoluto, com Gilberto Borges, o responsável leonino pela secção de hóquei em patins, quando defende um VAR para a modalidade, principalmente nos jogos mais decisivos e importantes. Ajudava muito, principalmente nos jogos capitais como aquele no Dragão Caixa.
Foto de Capa: Sporting CP