Carta aberta a Alfredo Quintana

    Sou benfiquista e ex-guarda-redes de Andebol. Ao longo dos anos, fui desesperando e idolatrando Alfredo Quintana. Acima de tudo, sou português e amante da modalidade e a incrível qualidade de Quintana já me fez levantar do sofá e levar as mãos à cabeça, mais vezes que se possa imaginar.

    Quintana faz parte da equipa do FC Porto, hexacampeã nacional, e da equipa que nos últimos três anos anda a conquistar a Europa, quer na (atualizada) EHF Cup, quer na EHF Champions League. Mais importante que tudo, Quintana faz parte desta geração incrível de jogadores que estão a superar todos os recordes possíveis com o símbolo da equipa das Quinas ao peito. E quero acreditar que o irá continuar a fazer.

    Sim, Quintana não é natural português. Mas, desde que chegou à Invicta, tudo fez para representar da melhor forma o símbolo e as gentes do seu clube. Com Portugal, a história repete-se. Aparenta ser um excelente companheiro de equipa e profissão, tal são as homenagens que se estenderam desde colegas de equipa, a adversários dentro do campo, até “rivais” de desafios internacionais.

    Felizmente, tive a sorte de ver Quintana ao vivo mais que uma vez. A estatura física, confiança e qualidade sempre me deixarem sem palavras. Há praticamente um ano que não vejo um jogo de andebol ao vivo. Um dos últimos que vi, se não o último, foi a quatro de março, no Pavilhão João Rocha, um Sporting CP x FC Porto da fase regular. Um jogo de Champions no nosso próprio campeonato. E, um jogo dessa qualidade, tinha de ter uma mão de Alfredo Quintana e foi o que aconteceu. Apenas consigo, mais uma vez, acreditar que não será o último jogo que vou ver dele.

    Há uns dias, Paulo Jorge Pereira falava da importância dos adeptos no Andebol e referia que Alfredo Quintana era dos que mais tinha a sua performance afetada pela ausência dos mesmos. Ao longo dos anos e, principalmente depois do Europeu de 2020, pensei como seria possível o Quintana nunca ter saído de Portugal, apesar de todos os rumores que surgiram, rumores esses que continuaram.

    Hoje, acho que tenho uma resposta. Alfredo, sabes tão bem como eu, melhor até, que a baliza pode ser um lugar solitário para nós guarda-redes. Garanto-te que, neste momento, estamos todos a teu lado para fazeres a defesa da tua vida.

    As melhoras, campeão.

    Pedro Palma

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