Carta Aberta a todos os órgãos de comunicação social

    carta aberta cab

    Aproveitando o facto de o nosso site oficialmente se ter tornado um órgão de comunicação social gostaria de dirigir uma carta aberta a todos os nossos “colegas” neste meio, que é o meio da comunicação social, uma carta de revolta e de busca por uma nova realidade.

    Não só pelo facto de o Bola na Rede se ter tornado um órgão de comunicação social gostaria de me dirigir aos restantes órgãos, mas também pelo facto de eu próprio ser um estudante de comunicação social e aspirante a jornalista desportivo que se sente “farto” e triste com a realidade que toma conta da comunicação social atual no âmbito desportivo.

    Meus senhores, se hoje temos um futebol em guerrilha o mesmo se deve a vários intervenientes, e muitos desses intervenientes estão fartos de ser “esmiuçados” em vários locais, desde os presidentes dos clubes, aos diretores de comunicação, etc … Falta na minha opinião falar de um outro grande interveniente neste clima de guerrilha e de ódio que paira no futebol português, são vocês, os diretores dos órgãos de comunicação social.

    São vocês que cada vez mais preferem fazer um jornalismo de escândalo e que servem os interesses de alguém, não sei quem, em vez de procurarem fazer um jornalismo exemplar, um jornalismo imparcial e liberto de interesses. Não poderia estar a escrever este paragrafo em melhor altura visto que ainda esta semana fomos “bombardeados” pelo escândalo da viciação de resultados que foi alvo, e muito bem, de um jornalismo de investigação que foi aos “podres” do match fixing.

    O problema vem já a seguir, é quando há outros meios de comunicação social a usar este mesmo escândalo, que já por si é grave, para levantar suspeições infundadas e carente de provas, sim estou a falar das acusações feitas ao jogo Rio Ave-Benfica de 2015/2016. Um jornal decide usar este escândalo, como se já não bastasse a gravidade do que passou, para servir os interesses de alguém e alegar que o jogo foi “comprado”. O mesmo jornal que tão rapidamente veio para a praça pública lançar mais lenha para a fogueira inflamada do futebol português não se deu sequer ao trabalho de verificar que dois dos quatro jogadores constituídos arguidos neste escândalo nem sequer jogaram esse jogo, isto só tem um nome: incompetência.

    E a incompetência não quero acreditar que vem dos jornalistas, porque seria um insulto à própria classe onde eu me pretendo inserir, mas uma incompetência de quem encomenda e aceita este tipo de noticias que só visam manchar o nome de instituições, de pessoas e de propagar este clima de odio que cada vez existe em Portugal.

    Chega e basta de termos órgãos de comunicação social que não seguem uma linha editorial condizente com o código deontológico do jornalismo, exijo um jornalismo imparcial, um jornalismo desportivo que apoie mais o futebol e que não esteja apenas constantemente a tentar descredibiliza-lo. É com enorme tristeza que vejo imensos jornalistas, alguns dos quais meus amigos, que possuem um enorme potencial a nível de conhecimento futebolístico, serem desperdiçados em nome de um jornalismo de escândalo, o tipo de tablóide.

    Artur Agostinho será sempre para mim uma referencia da perfeição do jornalismo português, um sportinguista que vibrou com as conquistas europeias do Benfica  Fonte: Louletania
    Artur Agostinho será sempre para mim uma referencia da perfeição do jornalismo português, um sportinguista que vibrou com as conquistas europeias do Benfica
    Fonte: Louletania

    Jovens jornalistas com grandes capacidades de leituras táticas, com grandes capacidades de promover um debate futebolístico do jogo que ocorre dentro das quatro linhas e que são moldados, quando entram no mercado de trabalho, à imagem daquilo que os seus órgãos de imprensa querem. Mais perguntas e mais artigos de escândalos e daquilo que se passa fora das quatro linhas e menos para o jogo jogado em si, os 90 minutos que nos apaixonam e fazem vibrar todas as semanas. É esta a triste realidade do jornalismo desportivo português, um enorme potencial desperdiçado pelo clima de ódio que vende jornais e dá audiências.

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    Rui Pedro Cipriano
    Rui Pedro Ciprianohttp://www.bolanarede.pt
    Nascido e criado no interior, na Covilhã, é estudante de Ciências da Comunicação, na Universidade da Beira Interior. É apaixonado pelo futebol, principalmente pelas ligas mais desconhecidas, onde ainda perdura a sua essência e paixão.                                                                                                                                                 O Rui escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.