Carta para o Jamor: ou como ver além do Elefante na Sala

    Um elefante enorme, gigante, tem ganho corpo e dimensão nos últimos dias e está agora numa sala sportinguista. Por muito que não queiramos, o elefante está lá, bem visível: a sua tromba enorme, as gordas patas e as grandes orelhas. Mas resisto. Resisto em ver esse elefante na nossa sala leonina. Ela está carregada de troféus, de momentos da nossa história afixada nas quatro paredes. Todavia a enormidade deste animal pode destruir tudo isso que durou anos e anos a conquistar.

    É precisamente em honra a essa história que procuro ver, nesta sala, por entre as frinchas do enorme elefante que por aqui está e que habita connosco, uma Taça entre uma das suas orelhas e uma parte do seu tronco. Aguço o olhar e percebo que é a Taça de Portugal, uma das dezasseis que constam nesta nossa sala leonina.

    A final desta competição jogar-se-á no domingo. Qualquer adepto de futebol – independentemente da preferência clubística – reconhece facilmente que esta final é muito mais do que um jogo de futebol. É, sobretudo, um momento de festa, de confraternização entre adeptos e, mais importante, uma oportunidade para celebrarmos o Desporto Nacional. É sobretudo por isso que ela é também designada como a Prova Rainha.

    (Continuo a tentar fixar a Taça por entre uma das orelhas do elefante e uma parte do seu tronco. Aprecio agora os recortes dela, os seus pormenores, a sua elegância. É bonita, esta Taça! Isso, está quietinho elefante, não te mexas, por favor)

    Muitos adeptos leoninos estão ao lado de Jorge Jesus e seus jogadores, numa demonstração de elevado sportinguismo
    Fonte: Sporting Clube de Portugal

    Como em qualquer final, há um jogo, uma partida. E um jogo de futebol tem sempre uma equipa constituída por onze jogadores que jogam contra outros onze e que tentam marcar o maior número de golos na baliza contrária. E, no caso da final de domingo, as equipas são o Clube Desportivo das Aves e o Sporting Clube de Portugal.

    (Calma, elefante, não saias daí. Quero continuar a ver a Taça que está entre ti, entre a tua cabeça e uma parte do teu tronco. Vá lá, não te mexas, não me lembres que existes, por favor…)

    O número de conquistas do Sporting nesta competição é claramente esmagador face à equipa de Santo Tirso. Isto, só por si, diria muito sobre a supremacia ou o favoritismo da equipa dos Leões relativamente à equipa do Desportivo das Aves.

    (Ei lá! Calma aí, não te enerves, não te mexas, elefante…. Deixa-te estar mais um bocadinho aí, vá lá… Prometo que estou quase a terminar, deixa-me só olhar mais uma vez a linda Taça de Portugal…)

    Mas, como sabemos, nesta competição o fator “surpresa” e “tomba gigantes” é uma das suas principais características. Espero que, como sportinguista, este jogo assim não seja. Mas para isso Jorge Jesus e a equipa do Sporting têm que fazer como eu neste texto: esforçarem-se por não ver o enorme elefante que ocupa a sala sportinguista nestes dias cinzentos. Conseguirão os nossos Leões esse enorme feito?

    Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    Simão Mata
    Simão Matahttp://www.bolanarede.pt
    O Simão é psicólogo de profissão mas isso para aqui não importa nada. O que interessa é que vibra com as vitórias do Sporting Clube de Portugal e sofre perante as derrotas do seu clube. É um Sportinguista do Norte, mais concretamente da Maia, terra que o viu nascer e na qual habita. Considera que os clubes desportivos não estão nos estádios nem nos pavilhões, mas no palpitar frenético do coração dos adeptos e sócios.                                                                                                                                                 O Simão escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.