O Passado Também Chuta: República Checa do Euro 2004

    Semifinalista da maior competição desportiva organizada em Portugal e apenas batida pela vencedora Grécia nas meias finais, esta República Checa do Euro 2004 foi de encher o olho. Depois disso, foi sempre a descer, sendo este o último grande desempenho dos checos em competições internacionais.

    Oito anos antes, em 1996, a República Checa disputou pela primeira vez uma grande competição internacional antes da desintegração da Checoslováquia (que tem um título europeu em 1976), o Campeonato da Europa em Inglaterra e foi vice-campeã. Perdeu com a Alemanha por 2-1 após prolongamento.

    Em 2004, a República Checa só não superava Portugal em níveis brilhantismo. Tinham tudo para marcar mais golos que qualquer outro adversário. Tudo começa pela “torre” Jan Koller, com 2 metros e 2 centímetros e cerca de 99 quilos. Uma ameaça área que nem precisava de saltar para cabecear uma bola, literalmente. Na altura, tinha 31 anos e jogava pelo Borussia Dortmund. 293 golos em 664 jogos oficiais em toda a carreira.

    Este altíssimo atacante tinha a companhia do melhor marcador do Euro 2004 (cinco golos), Milan Baroš. Mesmo quem esteja a ler isto e fosse muito novo, não se pode esquecer deste nome. Ainda joga a bola, sim, aos 37 anos no Baník Ostrava, precisamente na República Checa. Na altura, tinha 22, jogava pelo Liverpool e era um rapidíssimo avançado, sempre à procura da bola.

    Milan Baros e Nedved, classe checa!
    Fonte: UEFA

    Incansável era também este trio de médios. Pavel Nedved, para muitos o melhor jogador da Europa naquela altura, Karel Poborsky e Tomás Rosicky. Todos eles estavam em idades favoráveis para grandes perfomances. O seleccionador desta selecção em 2004, Karel Brückner, pôde jogar dois atacantes e três médios de ataque porque todos eles eram bastante agressivos. Tanto jogavam no centro do terreno, como nas faixas e entre linhas. Nedved lesionou-se nessa meia final perdida frente à Grécia, saiu aos 40 minutos. Os gregos aproveitaram como todos sabemos.

    Esta equipa também era de estrelas e competência máxima na defesa. Petr Čech era um dos guarda-redes do momento com 22 anos (tão novinho!) e estava a caminho do Chelsea (ia deixar o Rennes). No eixo defensivo estava o imponente Tomáš Ujfaluši (ex-Hamburgo, Fiorentina, Atlético Madrid e Galatasaray), um jogador que fez o seu nome através das principais ligas da Europa, e René Bolf, um herói checo local, veterano do Baník Ostrava.

    Mas o que tornou esta defesa tão interessante foi, na forma típica de Brückner, a ameaça de ataque que levaram, liderada pelos dois laterais, Marek Jankulovski e Zdeněk Grygera. Os dois foram essenciais para o jogo ofensivo da equipa, adicionando opções no último terço. Grygera foi muitas vezes sacrificado, mas enquanto ele estava em campo, ele forneceu ajuda vivaz ao seu ala de apoio. Jankulovski forneceu mais estabilidade, com o seu ritmo de trabalho e passando a prova crucial em ambas as extremidades do campo.

    Actualmente, a República Checa está na Liga B da Liga das Nações da UEFA.

    Os jogos da República Checa no Euro 2004:

    Fase de grupos: 2-1 vs Alemanha; 3-2 vs Holanda; e 2-1 vs Letónia

    Fase a eliminar: 3-0 vs Dinamarca (quartos-de-final) e 0-1 vs Grécia

    A República Checa esteve em peso no onze ideal do Euro 2004
    Fonte: UEFA

    Foto de Capa: UEFA

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    Francisco Correia
    Francisco Correiahttp://www.bolanarede.pt
    Desde os galácticos do Real Madrid, do grandioso Barcelona de Rijkaard e Guardiola, e ainda a conquista da Liga dos Campeões do Porto de Mourinho em 2004, o Francisco tem o talento de meter bola em tudo o que é conversa, apesar de saber que há muitas mais coisas que importam. As ligas inglesa e alemã são as suas predilectas, mas a sua paixão pelo futebol português ainda é desmedida a par com a rádio. Tem também um Mestrado em Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa.                                                                                                                                                 O Francisco não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.