«O Clube lá da Terra»: SC Vila Real

    “Eu dou a importância (ao Futebol Feminino) tal como dou aos seniores, ainda para mais estando na Nacional.”

    BnR: Soube que o Nuno Espírito Santo teve uma breve passagem pelo Vila Real em 1993/94 por empréstimo do Vitória FC. Atualmente treina em Inglaterra e é conhecido por apostar nos jogadores portugueses. Qual a importância que atribui à aposta ou falta de aposta em Portugal, em jogadores nacionais?

    FC: Temos o caso do Benfica que está a apostar e bem. Devemos dar prioridade aos portugueses e depois aos de fora, caso não haja. No nosso caso, nós podemos jogar só com os de Vila Real. São mais baratos, são melhores, jogam com amor à camisola e temos muita mais gente na bancada. Posso lhe dizer que no início, quando comecei, tinha cerca de 500 pessoas na bancada e no ano passado que eram quase só estrangeiros, nem estava cá metade. Eu aposto na gente da terra.

    A aposta em jogadores da casa aumentou o número de adeptos do SC Vila Real nas bancadas
    Fonte: Luís Barros/Bola na Rede

    BnR: Podemos assim dizer que aposta na formação do clube?

    FC: A minha maior aposta é a formação. Estamos com quatro equipas, seniores, juniores, juvenis e iniciados, todos a lutar para serem campeões. A minha aposta será sempre a formação para dar sustentabilidade aos seniores, é a única forma. A própria transição é mais fácil e se houver um atleta que nos possa dar uma verba numa transferência, é sempre bom para o clube.

    BnR: O Vila Real encontra-se atualmente em 1ºlugar na Divisão de Honra da AF Vila Real com quatro pontos de avanço sobre o segundo classificado e ainda sem conhecer o sabor da derrota. Qual é o segredo para uma época tão produtiva?

    FC: O segredo é trabalho. Não lhes falta nada, tudo o que eles pedem, eles têm. O plantel é curto, mas têm trabalhado muito bem, esforçam-se e dão o máximo. Temos é dois senhores que mandam no apito que são da Régua e que querem a toda a força que o Régua (segundo classificado) suba. Os árbitros mais fracos já passaram todos por aqui, os bons ainda não passaram. Mas nós não vamos deixar, vamos tentar inverter essa situação dentro de campo e vamos subir.

    O SC Vila Real está na liderança e segue invencível
    Fonte: AF Vila Real

    BnR: O ano passado terminou na 3ª posição, atrás do Chaves B e do Régua. O que é que acha que mudou da época passada para esta?

    FC: Uma pessoa trabalhando honestamente, é sempre mais fácil. Os jogadores têm tudo o que lhes faz falta, eles compreendem isso e esforçam-se mais. Ainda para mais são de cá e o ano passado não eram. No ano passado, os de cá não jogavam.

    BnR: Já lhe questionei sobre as figuras do passado do clube, quais são as figuras principais deste Vila Real?

    FC: Neste momento temos o nosso “velho” capitão, o Fred Coelho e o Murta que também jogou contra o Porto. São esses dois os nossos maiores exemplos, que ajudam a unir a equipa, porque um capitão é tão importante como um treinador.

    Fred Coelho e Murta são os principais líderes do balneário
    Fonte: Luís Barros/Bola na Rede

    BnR: O Vila Real é a única equipa do distrito com equipa de futebol feminino. Num mundo desportivo em que se aposta pouco no futebol feminino, fale-nos de como surgiu a iniciativa e da sua importância no panorama atual.

    FC: Temos a equipa A e B, uma na nacional e outra que anda a jogar na aldeia com os miúdos. Aqui em Trás os Montes é único. A iniciativa já existia quando cá cheguei e esteve para acabar. Começamos com 20 atletas e hoje temos 40 e tal. Eu dou a importância tal como dou aos seniores, ainda para mais estando na Nacional.

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    Nélson Mota
    Nélson Motahttp://www.bolanarede.pt
    O Nélson é estudante de Ciências da Comunicação. Jogou futebol de formação e chegou até a ter uma breve passagem pelos quadros do Futebol Clube do Porto. Foi através das longas palestras do seu pai sobre como posicionar-se dentro de campo que se interessou pela parte técnica e tática do desporto rei. Numa fase da sua vida, sonhou ser treinador de futebol e, apesar de ainda ter esse bichinho presente, a verdade é que não arriscou e preferiu focar-se no seu curso. Partilhando o gosto pelo futebol com o da escrita, tem agora a oportunidade de conciliar ambas as paixões e tentar alcançar o seu sonho de trabalhar profissionalmente como Jornalista Desportivo.