A história da rivalidade entre SL Benfica e FC Porto

    SL Benfica e FC Porto protagonizam uma rivalidade centenária que contagia as duas principais cidades do país: Lisboa e Porto.

    A primeira vez que Benfica e FC Porto se defrontaram foi no longínquo ano de 1912. Na altura, o clube azul e branco convidou os encarnados para disputar dois jogos de futebol no campo da Rua da Rainha. O jogo entre as segundas categorias terminou com uma vitória do Benfica por 1-2. Já o jogo entre as equipas principais terminou com uma vitória esmagadora da equipa convidada por 2-8.

    Esta rivalidade voltaria a atingir um dos seus pontos altos na primeira metade da década de 50, período no qual ambos os clubes inauguraram novos estádios. No dia 28 de Maio de 1952, seria inaugurado o Estádio das Antas, com o SL Benfica a ser o convidado de honra para o jogo de inauguração, vencendo por 2-8, com destaque para o hat-trick apontado pelo avançado Arsénio.

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    Cerca de dois anos e meio depois, no dia 1 de Dezembro de 1954, dar-se-ia o ponto alto das comemorações do cinquentenário: a inauguração do Estádio da Luz. O FC Porto seria o clube convidado para a inauguração do mesmo e, desta vez, levaria a melhor no confronto dentro das quatro linhas, com o clube azul e branco a vencer por 3-1.

    Ao longo das primeiras décadas de história, a rivalidade entre Benfica e FC Porto sempre foi saudável. Apesar de sempre existir um ou outro momento de maior tensão – com destaque para o Caso Calabote – sempre predominou o clima de cordialidade e respeito entre ambos os clubes. Esse cenário começou a mudar quando Jorge Nuno Pinto da Costa chegou ao FC Porto, primeiro como Director Desportivo (entre 1976 e 1980) e mais tarde como presidente do clube a partir de 1982. Daí para a frente, a rivalidade ficaria marcada por um constante clima de guerrilha e tensão.

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    Fonte: SL Benfica

    Juntamente com José Maria Pedroto, Pinto da Costa criou uma teia de argumentos que lhes permitiram declarar uma guerra contra aquilo a que chamavam de “Hegemonia de Lisboa”. Esta guerra regionalista encabeçada pela dupla azul e branca contagiou toda a região e deu força a um FC Porto que atravessava uma seca de títulos, tendo quebrado um jejum de 19 anos sem ganhar um campeonato.

    Seria neste período em que o FC Porto voltaria a emergir como uma das maiores forças do futebol português, que a rivalidade com o SL Benfica atingiria um dos momentos de maior tensão. Na temporada 1979/1980, com a guerra regionalista entre Porto e Lisboa a atingir um dos seus pontos mais altos, adeptos de Benfica e Sporting CP uniram-se na final da Taça de Portugal de 1979/1980, na qual o clube encarnado venceria por 1-0.

    Esta final deu-se num período em que o FC Porto atravessava uma crise directiva, no qual Pinto da Costa e Pedroto se insurgiram contra o presidente Américo de Sá, que se mostrava cansado do clima de guerrilha implementado pelos dois homens fortes do futebol azul e branco. A derrota nessa final da Taça de Portugal acabaria por ditar a saída de Pinto da Costa e Pedroto, bem como de 15 jogadores do plantel, dando assim início àquele que seria o Verão Quente do FC Porto.

    Seria dois anos mais tarde, em Abril de 1982, que Pinto da Costa viria a suceder Américo de Sá, tornando-se no 33º presidente da história do FC Porto. E seria ainda nos seus primeiros tempos enquanto presidente, que se daria mais um episódio de maior tensão entre os clubes rivais.

    Decorria a época 1982/1983, quando Benfica e FC Porto marcaram presença na final da Taça de Portugal. No entanto, Pinto da Costa e José Maria Pedroto (regressado ao clube após a eleição de Pinto da Costa a presidente), recusaram-se deslocar a Lisboa para disputar a competição, tendo-se realizado uma Assembleia Geral que aprovou a comparência na final da Taça de Portugal, apenas se esta fosse realizada no Estádio das Antas.

    Todas estas confusões levaram a que a final da Taça fosse adiada para o início da época seguinte, no dia 21 de Agosto de 1983, onde Benfica e FC Porto disputariam então a final da competição nas Antas, que o Benfica acabaria por ganhar com um golo solitário de Carlos Manuel.

    Seria a partir dos anos 80 que o FC Porto começaria a assumir-se como a segunda maior força do futebol português e, nos anos 90, tornar-se-ia no principal dominador do futebol português, fruto das sucessivas más gestões de que o Benfica foi alvo.

    SL Benfica e FC Porto também já disputaram confrontos acesos nas Taças. Na Taça de Portugal, o Benfica leva uma vantagem esmagadora, ao vencer oito das nove finais contra o clube azul e branco, perdendo apenas na temporada de 1957/1958. Na única final da Taça da Liga em que se defrontaram, o Benfica também levou a melhor com uma vitória por 3-0 em 2009/2010.

    Por outro lado, na Supertaça Cândido de Oliveira, tem sido o FC Porto a levar um domínio absuluto, perdendo apenas uma das Supertaças defrontadas contra o rival lisboeta, na temporada de 1985/1986.

    Foto de Capa: SL Benfica

    Revisto por: Jorge Neves

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    Tiago Serrano
    Tiago Serranohttp://www.bolanarede.pt
    O Tiago é um jovem natural de Montemor-o-Novo, de uma região onde o futebol tem pouca visibilidade. Desde que se lembra é adepto fervoroso do Sport Lisboa e Benfica, mas também aprecia e acompanha o futebol em geral. Gosta muito de escrever sobre futebol e por isso decidiu abraçar este projeto, com o intuito de crescer a nível profissional e pessoal.