A Pré-Época do Leão

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    A pré-época de qualquer temporada que se avizinha é sempre um momento propício para que, por um lado, os atletas se mostrem aos dirigentes e treinador e estes, por outro lado, tornem esse momento num verdadeiro laboratório onde se ensaiam sistemas táticos, jogadas estudadas e se observam os jogadores que poderão ficar na equipa e plantel principal e outros que poderão vir a ser dispensados ou emprestados a outros clubes, para que melhorem as suas qualidades futebolísticas.

    A pré-época do Leão não foge, por isso, a este momento de ensaio que marca qualquer pré-época. Para Jesus, trata-se de uma oportunidade para avaliar o potencial dos jogadores à sua disposição, particularmente as novas contratações, bem como o sistema tático mais afinado e oleado para atingir o tão almejado título de campeão nacional.

    Quanto ao sistema tático usado, e em relação aos jogos realizados até ao momento, parece não haver grandes alterações relativamente à época passada. Continua a imperar um sistema de 4x4x2 com um médio pivô-defensivo, laterais projetados no ataque durante a manobra ofensiva da equipa e extremos que acompanham os laterais.

    Quanto às contratações, elas têm mostrado que o Sporting Clube de Portugal apostou em grande neste Defeso de verão. O setor defensivo foi o que teve mais reforços, com as chegadas de Piccini (Ex- Bétis de Sevilha), Mathieu (Ex-Barcelona), Coentrão (Ex-Real Madrid) e André Pinto (Ex- Sporting de Braga). No meio-campo, regresso do médio defensivo Petrovic (emprestado na época passada ao Rio Ave), bem como a contratação de Bruno Fernandes à Sampdoria. Regresso ainda do talentoso Iuri Medeiros, que esteve emprestado a época passada ao Boavista e onde realizou uma excelente temporada ao serviço dos axadrezados. Mattheus Oliveira e Rodrigo Battaglia vieram para o clube verde e branco provenientes do Estoril e SC Braga, respetivamente. No ataque, o costa-marfinense Doumbia (Ex-Basileia) é o reforço mais sonante deste setor.

    O Sporting venceu o primeiro teste em solo suíço, frente ao Fenerbahçe Fonte: Sporting CP
    O Sporting venceu o primeiro teste em solo suíço, frente ao Fenerbahçe
    Fonte: Sporting CP

    Mas nem tudo são rosas nestas contratações e regressos à equipa principal dos Leões. A analisar pelos jogos de pré-época até ao momento, Piccini mostra algumas debilidades ao defender, parecendo ser mais ágil e dotado no ataque. No jogo contra o Fenerbahçe foi notória esta situação. Petrovic, enquanto pivô médio-defensivo, está ainda bastante longe de assegurar esta posição na equipa do Sporting. Revela muita dificuldade e, sobretudo, insegurança no momento de construção ofensiva dos Leões. Fábio Coentrão é como o algodão: não engana. Como já se esperava, revela-se um jogador bastante dotado tecnicamente, capaz de bons cruzamentos para a área quando chega ao último terço do terreno. Mas, não nos podemos esquecer que o algodão não engana. O internacional português, emprestado ao Sporting pelo Real Madrid, apresenta dificuldades no momento defensivo da equipa e problemas de posicionamento. Dificuldade partilhada no outro flanco da defesa, o que pode constituir-se como lacunas a explorar pelos adversários, particularmente os extremos. Jonathan Silva, que regressou do empréstimo ao Boca Juniors, pode muito bem disputar ombro a ombro a lateral esquerda dos Leões com Fábio Coentrão.

    Mas neste plantel há contratações que não deixam dúvidas quanto à qualidade. Falo, desde logo, no eixo defensivo. O francês Mathieu tem-se mostrado nesta pré-época como um Central bem formado, com boa leitura de jogo. Além disso, apresenta algo que no ano passado não víamos em alguns defesas leoninos, particularmente Rúben Semedo: a segurança, tranquilidade e a ponderação nas saídas defensivas. Não restam dúvidas de que Mathieu e Coates serão, por isso, os protagonistas principais do eixo defensivo dos Leões em 2017/2018.

    No meio-campo, penso que Bruno Fernandes será, o tempo o confirmará, um grande jogador neste Sporting. Trata-se de um jogador bastante maduro tática e tecnicamente, inteligente e capaz de ler os vários momentos do jogo. Assume as despesas da organização ofensiva, tem instinto de maestro. Poderá ser uma boa réplica de Adrien, caso este saia, tal como aponta alguma comunicação social.

    No ataque, Doumbia vai explodindo. Jogador tecnicista, com boas movimentações sem bola. Marcam-no a destreza e a velocidade na condução da bola para zonas de finalização. No jogo contra o Fenerbahçe entrou na segunda parte para a posição do argentino Alan Ruiz, isto é, para jogar nas costas de Bas Dost. Jogou que se fartou o costa-marfinense, deixando os adeptos e sócios com água na boca e a pedir bis.

    É, portanto, no seio deste laboratório montado em terras helvéticas que Jesus inicia assim o seu trabalho de cientista no plantel sportinguista. Entre os tubos de ensaio, as provetas e as soluções aquosas e alcalinas, tem o técnico português de descobrir qual a fórmula mágica para o êxito da próxima época. Mas, tal como qualquer cientista, tem de ter cuidado para que a solução que procura não expluda nas suas próprias mãos.

    Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal

    Artigo revisto por: Beatriz Silva

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    Simão Mata
    Simão Matahttp://www.bolanarede.pt
    O Simão é psicólogo de profissão mas isso para aqui não importa nada. O que interessa é que vibra com as vitórias do Sporting Clube de Portugal e sofre perante as derrotas do seu clube. É um Sportinguista do Norte, mais concretamente da Maia, terra que o viu nascer e na qual habita. Considera que os clubes desportivos não estão nos estádios nem nos pavilhões, mas no palpitar frenético do coração dos adeptos e sócios.                                                                                                                                                 O Simão escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.