A seleção brasileira aproveitou a última data Fifa para realizar os seus dois primeiros amistosos de 2019. Como é de praxe, lamentavelmente, os dois jogos não foram no país. Incrível como a CBF negocia esses amistosos e não pensa em realiza-los em território nacional. As partidas foram contra o Panamá e a República Tcheca. Duas seleções que não oferecem, ou não deveriam oferecer, adversidade para a seleção brasileira. O Panamá está há mais de um ano sem vencer uma partida. Em doze jogos foram nove derrotas e três empates, já a República Tcheca, que em outrora foi uma incrível seleção, tem as suas limitações e vinha de uma goleada sofrida para a Inglaterra por 5 a 0. Esses são os famosos amistosos “caça-níqueis” pois na prática não se aproveita praticamente nada.
O primeiro amistoso foi contra a seleção panamenha. Talvez a coisa mais válida desse jogo é que foi disputado na cidade do Porto, onde reside milhares de brasileiros e assim puderam, de certa maneira, estar mais um pouco perto da sua terra natal. Agora se tirarmos esse lado saudosista não sobra muito. A seleção brasileira apresentou um futebol pífio e sequer conseguiu ultrapassar o sistema defensivo do Panamá. O resultado de 1 a 1 demonstra a ineficiência ofensiva do Brasil. Embora pese que a seleção da Concacaf tenha jogado com os onze homens no meio de campo para trás, mas isso não justifica a incapacidade que o Brasil teve de agredir o adversário. Vale lembrar que o mesmo Panamá foi facilmente goleado por Bélgica e Inglaterra no Mundial da Rússia.
Três dias após o empate contra o Panamá o Brasil encarou a República Tcheca, em Praga. Após um primeiro tempo fraco, a seleção insistiu mais na segunda etapa e o atacante Gabriel Jesus marcou duas vezes. Em comparação ao primeiro amistoso, o Brasil teve uma atuação melhor. Contudo, ainda ficou devendo. A transição ofensiva do Brasil não acontece da maneira adequada e as jogadas de ataque da seleção parecem ser bem previsíveis aos adversários. O sistema defensivo também não foi muito exigido. O lado positivo dessas apresentações na Europa foi a boa estreia do atacante do Ajax, David Neres. O jovem revelado pelo São Paulo não se intimidou com a sua estreia na seleção, jogou com bastante personalidade e não fugiu das suas características naturais. Além de Neres, o atacante Everton “Cebolinha”, Grêmio, e o meia Lucas Paquetá, Milan, tiveram boas atuações.
Mês que vem o treinador Tite convocará os jogadores que disputarão a Copa América. A competição será disputada no Brasil e a seleção canarinho tem a maior responsabilidade para levantar o troféu. O Brasil precisa aproveitar o torneio para avaliar se o seu futebol evolui. Isso é mais importante que vencer ou não vencer a competição. O Brasil pode jogar um bom futebol mas perder o título, como também pode jogar um futebol pobre e vencê-lo. Creio que nesse momento, visando a Copa de 2022, é mais válido avaliarmos se o futebol do Brasil evoluiu com o trabalho do Tite.
Foto de capa: Bola na Rede