O Real Madrid está numa fase de transição inevitável. Desde a dupla contratação de Kaká e Cristiano Ronaldo que o Real apostou numa nova era de Galáticos, isto oficial após a transferência de Raúl para o Schalke 04.
Agora o cenário é semelhante em partes, mas muito diferente noutras. Semelhante, pois é um cenário incontornável (fazer face à saída de dois claros protagonistas), mas muito diferente, já que tais protagonistas não se substituem ou são compensados repentinamente (Raúl já se encontrava em fase decadente, Ronaldo, apesar da idade, não está)…
Gareth Bale chegou em 2013 e muitos davam conta que seria para preencher uma vaga de protagonismo não só no plantel, mas no onze merengue. Tem assinado belos golos, tem demonstrado que é um jogador de elite, mas falta-lhe consistência. Teve problemas físicos, esteve alguns períodos em baixo de forma, ou seja, talvez seja agora que se afirme com o papel que lhe tinha sido atribuído nos tempos de Tottenham Hotspurs FC.
O eclodir de Asensio também o deixou fora do onze por diversas ocasiões. E, inclusivamente, esperava que a camisa sete fosse entregue ao jovem espanhol, ao invés de ao regressado Mariano Diaz. Contudo, agora sem Ronaldo, é muito provável que sejam compatíveis em campo. Não vejo Bale a fazer a posição de CR7 (ponta de lança que deambula pelas alas e vice versa), mas tem explosão no seu jogo. É um jogador muito forte fisicamente, bastante veloz, alto, muito bom tecnicamente, tem tudo a seu favor para liderar o futuro próximo madridista.
Lopetegui certamente tem um plano para o galês, visto tratar-se de um extraordinário jogador, que tem categoria para se perfilar junto dos melhores da atualidade. Sem Cristiano, Bale, já com quatro ou cinco anos de casa terá de se destacar num Real Madrid renovado.
Foto de Capa: Real Madrid CF
Artigo revisto por: Jorge Neves