SC Braga 0-0 FC Porto: Empate coloca título como miragem

    A CRÓNICA: NUM JOGO DE ALTA QUALIDADE E INTENSIDADE, O NULO PERSISTIU E A LUTA PELO TÍTULO DIFICULTOU-SE PARA SC BRAGA E FC PORTO.

    Na era pré-António Salvador, vencer um duelo contra FC Porto só mesmo com um ‘milagre’. Nos dias de hoje, a história muda de figura e o Estádio Municipal de Braga tornou-se quase um ‘pesadelo’ para dragões, que nas últimas três épocas – em cinco partidas consecutivas entre campeonato e taça  – não conseguiram derrotar o SC Braga como visitante. Os guerreiros recebiam o atual segundo classificado do campeonato com possibilidade de ultrapassagem e contavam com uma bela casa para os ajudar nesse seu objetivo. Para os comandados de Sérgio Conceição, reagir no pós-Champions era essencial e vencer o Braga mostraria que o Porto está bem vivo.

    Longe dos tempos em que os nomes atrás das camisolas valiam vitórias quase por si só, os arsenalistas entraram serenos e com tranquilidade no jogo, a assumirem as despesas do jogo. Naturalmente, o FC Porto, ávido de vencer, foi equilibrando o jogo e até dispôs da primeira oportunidade de golo, através de Taremi, que ficou a escassos centímetros de colocar a bola dentro da baliza na sequência duma bola parada.

    Matheus observava bem longe quando o conjunto da casa, ao primeiro quarto de hora do jogo, ameaçou a baliza de Diogo Costa, com Bruma a demonstrar algumas das características que destacam o seu jogo e a rematar forte para defesa do internacional português.

    Apesar do equilíbrio, havia um ligeiro ascendente do Braga, que mostrava a coragem que Artur Jorge tinha referido como importante. Nesse sentido, havia pressão alta mesmo a partir da área do FC Porto, que ia tendo dificuldades e optava por bater longo para os seus dianteiros. Na primeira fase de construção dos visitados também não havia grande capacidade de progredir no terreno para lidar com a pressão portista e aí as alas eram os setores mais procurados para aproximar mais rápido do objetivo.

    Na primeira parte, os Guerreiros do Minho mantinham e até iam aumentando o tempo em que passavam no meio-campo adversário, impondo as suas ideias de jogo. Os minhotos eram a equipa que estava mais perto de chegar à vantagem e Sérgio Conceição não gostava do que via, optando mesmo por substituir Rodrigo Conceição e Marko Grujic por Galeno e Eustáquio à entrada para o minuto 40. Nessa perspetiva, Pepê baixava para lateral direito e Taremi deixava de ter tanta preponderância do lado esquerdo, dando espaço às incursões do extremo ex-Braga.

    Ao intervalo, o nulo permanecia, mas com sinal mais para o SC Braga. Os extremos iam causando dificuldades aos laterais do Porto, sobretudo na esquerda, e no plano defensivo o coletivo ia evitando que houvesse perigo, com destaque para a rapidez na recuperação de bolas. Para o FC Porto, era crucial demonstrar uma outra atitude para vencer o jogo e assim manter-se vivo na luta pelo título.

    Os visitantes reagiram e entraram melhor na segunda parte, com mais personalidade e mais chegada ao ataque. É nesse sentido que surge a primeira oportunidade passível de golo nesta parte, com Galeno a atirar à meia volta para defesa de Matheus. O SC Braga reagiu e Ricardo Horta ficou muito perto de inaugurar o marcador com um remate à entrada da área, que chegou inclusive a dar aos adeptos a ilusão de golo. À hora de jogo, tudo podia acontecer.

    Ninguém queria perder e com o decorrer do jogo as ameaças de parte a parte iam sendo mais contidas, com os minhotos a criarem mais um par de chances entre os 60 e os 75 minutos em contraste com os dragões que se iam apagando no jogo novamente. Para os arsenalistas, Ricardo Horta, a jogar em zonas centrais, era sempre uma ameaça para Diogo Costa.

    O jogo manteve-se vivo até ao fim e aos 85 minutos Evanilson teve uma oportunidade de ouro para colocar os azuis e brancos a vencer, mas falhou isolado na cara do golo. As duas equipas davam o que tinham e o que não tinham, sem ser suficiente para dar outro rumo ao jogo. Em tempo de compensação, a equipa da casa teve tudo para ser feliz, contudo Pizzi tocou a bola ligeiramente ao lado da baliza.

    A ação não parava e pouco depois de um desvio na defesa, que por pouco não traiu Matheus, o guardião lançou rapidamente a transição que só não teve um desfecho feliz devido à má decisão de Pizzi. O resultado manteve-se, com as duas equipas a repartir pontos e a ficarem ainda mais longe do líder SL Benfica, mantendo a distância pontual entre si.

    A FIGURA

    Fonte: Paulo Ladeira / Bola na Rede

    Ricardo Horta – Também poderia ser Bruma pela excelente primeira parte, ou Musrati – com mais uma exibição superlativa -, porém Ricardo Horta foi a cara de um conjunto que pautou o seu jogo por um assinalável volume ofensivo, estando o avançado bracarense muito perto do golo em várias ocasiões. A pisar zonas interiores, ajudou a criar bastantes lances de perigo, sendo ele o grande finalizador em alguns deles. Acaba por ser a cara do jogo ambicioso da sua equipa, que por pouco não culminou com uma vitória.

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Paulo Ladeira / Bola na Rede

    Rodrigo Conceição – Saiu aos 40 minutos depois duma exibição que deixou muito a desejar. Teve de lidar com Bruma, que fez praticamente o que quis do jovem jogador e no plano ofensivo não conseguiu ser preponderante, estando uns furos abaixo do que o seu treinador certamente pretendia.

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    SC BRAGA

    BnR: Entrando novamente na luta pelo segundo lugar, depois dum jogo em que a equipa até criou mais oportunidades que o adversário, sente que acaba por levar algum tipo de vantagem anímica sobre o Porto nesta luta e no que resta até ao fim do campeonato?

    Artur Jorge: Não queria resumir a análise ao jogo pela classificação. Os jogadores deram uma grande demonstração de caráter e de equipa e esse é o fator que tenho a discutir convosco em relação ao jogo. Temos nove jogos pela frente, 27 pontos para conquistar, é este o caminho que temos para fazer para o que queremos.

    FC PORTO

    Não houve conferência de imprensa da parte do FC Porto.

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    Fernando Coelho
    Fernando Coelho
    Jogador de futsal amador, treinador de bancada profissional. A aprender diariamente, acredita que o desporto pode ser diferente. Escreve com acordo ortográfico.