CF União 0-0 SL Benfica: Empatar o campeonato com o clássico à porta

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    Não tenho muitas palavras para descrever este jogo em que o Benfica não mostrou querer ganhar a todo custo para se aproximar dos rivais. Esta era uma partida em que se tinha que entrar a matar contra uma equipa destroçada pela goleada sofrida em Paços de Ferreira e sair a gerir do encontro da Choupana.

    Não foi assim. O Benfica deu 45 minutos de avanço ao adversário, com um futebol lento, previsível, com passes para o lado e para trás e com vários cruzamentos sempre sem eficácia. André Moreira não precisou de brilhar, sequer de ter algum destaque e foi mesmo Júlio César que evitou um golo do União depois de uma bela cabeçada do seu atacante.

    A sequência de vitórias que o Benfica vinha não permite pensar que se ganham jogos só porque o adversário é de menor valia e foi essa a ideia que o Benfica deixou no primeiro tempo. Referir ainda que não compreendo a única alteração no onze em relação a Setúbal, retirando Samaris e regressando Fejsa, já que o grego neste tipo de jogos acrescenta algo à equipa que o sérvio não consegue: poder ofensivo e qualidade técnica no último terço.

    Na segunda parte, o Benfica entrou melhor, acutilante e notou-se que notou-se verdadeiramente que queria vencer o jogo. Pizzi foi o «maestro» e o finalizador, já que construía e era um dos principais rematadores dos encarnados. É o jogador em melhor forma, saindo das faixas para o meio, e por isso estranhei que Rui Vitória não o colocasse, nos últimos minutos, numa posição mais central entrando por exemplo Djuricic para uma das faixas. Assim também evitávamos que Talisca entrasse, que mais uma vez nada acrescentou.

    Com o desenrolar dos minutos o União ficou cada vez mais confiante, esqueceu a goleada sofrida e agarrou-se ao pontinho tão saboroso e vital na luta pela manutenção. Pizzi, Carcela e Talisca quase marcaram, mas as oportunidades foram escassas para um conjunto que quer ser campeão nacional e que joga contra um candidato à descida.

    Mais uma vez, o Benfica de Rui Vitória perde pontos, excetuando FC Porto e Sporting, com uma equipa que joga em casa emprestada e em que a maioria dos adeptos presentes são das «águias».

    Este é o tipo de jogo que me chateia, que me deixa triste com o plantel porque era acessível e colocavamo-nos novamente na corrida pelo primeiro lugar, ainda para mais com um Sporting-FC Porto aí à porta. Mas não, deixamos os outros fugir e ficamos a ver de longe!

    Não compreendi a opção de Fejsa por Samaris Fonte: Sport Lisboa e Benfica
    Não compreendi a opção de Fejsa por Samaris
    Fonte: Sport Lisboa e Benfica

    Uma nota para um Benfica sem Gaitán que mostrou duas caras. Em Setúbal frente ao Vitória que jogou o jogo pelo jogo e onde os encarnados tiveram mais espaço conseguiram chegar com mais frequência à área, mas sem grande brilho. Frente a um União completamente fechado, sem a magia de Gaitán, o Benfica não conseguiu rasgar a defesa adversária e bisar a baliza. É preocupante este facto, não o facto de Nico ser preponderante, mas o facto de sem Gaitán o Benfica não bater uma equipa do nível do União da Madeira, sem qualquer tipo de desrespeito.

    Para finalizar, e porque este jogo me deixou com poucas palavras para descrever este Benfica, quero referir que compreendo que o União se agarre ao «pontinho», mas não detesto equipas que usam e abusam do anti-jogo e este foi o caso. Custa aos árbitros dar mais de seis ou sete minutos? Acho que as equipas pequenas, como noutros países, começariam a reduzir o anti-jogo e todos os protagonistas do jogo beneficiariam, sobretudo os adeptos.

    Mas este é o futebol que temos! O que importa é que o Benfica voltou a falhar e agora o filme é outro…São 7 pontos e uma equipa que não vence o União não merece estar muito melhor na tabela!

    A Figura:

    Pizzi – é, a par com Lisandro e Renato Sanches, o jogador em melhor forma do Benfica e voltou a demonstrá-lo nesta partida. O internacional português joga e faz jogar e ainda tem tempo para finalizar, desta vez sem eficácia. Se dependesse dele tinhamos ganho mas nem todos lutaram tanto. Continua assim, Pizzi!

    O Fora-de-Jogo:

    Gonçalo Guedes – uma arrancada o jogo todo que terminou com um remate frouxo. Muito pouco para o que já mostrou que é capaz. Como já disse, noutros textos, não pode jogar sempre e o seu crescimento tem que ser gerido. Neste momento precisa de uma pausa. Era o elemento que podia dar profundidade para contrastar com Pizzi mas não conseguiu. Tal como no Bonfim, foi dos piores.

    Foto de Capa: Clube de Futebol União

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    Luís Martins
    Luís Martinshttp://www.bolanarede.pt
    A mãe diz-lhe que começou a ler aos 4 anos, por causa dos jornais desportivos. Nessa idade já ia com o pai para todo o lado no futebol e como sua primeira memória tem o França x Brasil do Mundial 1998. Desde aí que Zidane é o seu maior ídolo mas, para ele, Deus só há UM: Pablito Aimar.                                                                                                                                                 O Luís não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.