Não posso negar que fiquei extremamente entusiasmado com a notícia do regresso do ciclismo ao Sporting Clube de Portugal. Uma modalidade que nos deu mais de 150 títulos e onde brilhámos a alto nível. É incontornável falar do mítico Joaquim Agostinho, vencedor de três Voltas a Portugal e por duas vezes terceiro na Volta à França e que sofre o acidente que origina o seu falecimento (demasiado cedo) com a camisola verde-e-branca vestida.
Também não podemos deixar de achar estranho que num dia se anuncie a parceria com a W52 com os dirigentes da equipa a posarem ao lado de Bruno de Carvalho e três dias depois apareçam com um acordo com a equipa do dragão.
Ao anúncio da associação do FC Porto à equipa vencedora das últimas três edições da Volta a Portugal, o Sporting respondeu com um comunicado com a desistência por desconfiança de doping…
Não estou na posse de todas as informações do que terá acontecido, mas o que sei é que a Direção do Sporting Clube de Portugal sempre defendeu a transparência do desporto e que toda e qualquer situação mais obscura fosse investigada… Aconteceu com os fundos, tem acontecido com o vídeo-árbitro e agora com as suspeitas de doping da equipa W52… Se entre ter o ciclismo ou manter a coerência no discurso tenho preferência? A coerência, obviamente!
E no fundo, três dias depois de tirarem fotografias e virem dar entrevistas ao Jornal dos verde-e-brancos, aparecerem com a camisola azul e branca diz muito do seu carácter e dos negócios que estão dispostos a fazer.
Pinto da Costa anda “doente” com o protagonismo e com o trabalho da atual direção leonina e não podia perder esta oportunidade de fazer mais um negócio “à Porto” e de rompante acabar com a ligação do Sporting ao ciclismo e de tentar manchar a imagem dos dirigentes de Alvalade.
Mas não posso perder esta oportunidade de dar os meus sinceros parabéns a quem tomou esta difícil decisão de voltar atrás… Para podermos continuar o nosso caminho de clareza e honestidade no desporto, a coerência era muito importante.
Foto de Capa: Sporting CP