Darwin Nuñez | A flecha encarnada à espera de explodir

    Numa época muito irregular para o SL Benfica, em que já praticamente todos os jogadores do plantel tiveram tanto bons como maus momentos de forma, a decisão de escolher O jogador mais perigoso da equipa não foi nada fácil. Não há falta de qualidade na equipa da Luz, muito pelo contrário, mas a dificuldade de brilhar consistentemente tem também sido uma realidade.

    Mas então, quem é realmente o jogador mais perigoso das Águias? Podia ser Rafa, que quando inspirado é imparável, podia ser Grimaldo, o melhor jogador do SLB no último clássico, ou mesmo Pizzi, apesar de estar a fazer uma época abaixo das expetativas. A minha escolha recaiu em Darwin Nuñez. O talento do avançado uruguaio é inegável, mas esperava-se mais depois do início de campeonato. Mas na verdade o mesmo pode ser dito para grande parte do plantel benfiquista.

    Darwin é aquele jogador que pode sempre causar perigo, não precisa de fazer um grande jogo para ser sempre uma ameaça à baliza contrária. O seu estilo de jogo, físico e vertiginoso, explica isso mesmo. E se este tem sentido dificuldades, é porque o SL Benfica nem sempre tem o espaço atrás das costas do adversário que Nuñez precisa para mostrar toda a sua qualidade. Mas esse não será o caso contra o FC Porto. Claro que a defesa portista também será melhor do que praticamente qualquer outra que as Águias enfrentam (apesar de também já ter mostrado fragilidades), mas haverá certamente espaço para Darwin explorar.

    O curioso com o avançado é que, nesta temporada, até tem feito mais assistências do que golos. Imaginava-se que fosse o caso com Waldschmidt, um segundo-avançado por natureza, mas a verdade é que tem sido o alemão a marcar mais golos. Na minha opinião, não se deve ao facto do uruguaio ser particularmente forte no passe, na visão de jogo ou no tratamento da bola em espaços curtos, mas sim devido a uma falta de confiança por parte de Darwin. Já foram várias as vezes que vi Nuñez a passar a bola para o colega do lado assistir quando podia perfeitamente finalizar ele próprio.

     Mas esta falta de crença nas suas próprias capacidades é, na verdade, uma espécie de espelho do que tem sido a época para a maior parte dos jogadores do SL Benfica. Se calhar por terem sido colocadas expetativas e exigências muito altas depois do mercado de transferências, se calhar porque entraram muitos jogadores novos na equipa, dificultando uma rápida coesão. Não temos bem a certeza. O que sabemos ao certo é que este SL Benfica não é aquele que esperávamos no início da época. Acho que nem os portistas mais otimistas esperavam uma época tão aquém dos maiores rivais.

    Mas também há outra coisa que já vimos: o melhor Benfica surge quando o melhor Darwin Nuñez aparece. Quando este combina com Luca no centro do ataque para se lançar a si próprio ou outro qualquer dos colegas. Todos nós nos lembramos do jogo em Famalicão onde os dois avançados fizeram o que queriam da defesa contrária. Esse SL Benfica também existe, tem sido mais difícil de encontrar, mas existe. Infelizmente para uns e felizmente para outros, não tem aparecido muitas vezes, mas quem sabe se não voltará no clássico deste sexta-feira contra o FC Porto. Certamente que não haveria melhor jogo para o fazerem.

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    Alexandre Matos
    Alexandre Matoshttp://www.bolanarede.pt
    O Alexandre é um jovem que estuda Ciências da Comunicação no Porto. Apaixonado por tudo o que seja desporto, encontra a sua maior obsessão no futebol. Como não tinha grande jeito para jogar, decidiu que o melhor era apostar no jornalismo desportivo. Amante incondicional de bom futebol, não tem medo de dar a sua opinião nem de ser polémico. Sendo qualidades inerentes à profissão que deseja exercer no futuro, rege-se pela imparcialidade e pelo critério jornalístico na sua escrita.