Defesas-Laterais: O Tempo e o Modo

    Talvez o futebol nunca chegasse ao seu estado actual caso a evolução táctica não se registasse. Falemos também da técnica, claro, mas essa, com mais ou menos drible e mais ou menos bolas paradas com precisão no peito, sempre existiria para embelezar a contemporaneidade futebolística. Por estar menos associado ao talento espontâneo. O lado teórico do Desporto Rei precisou de tempo e estudo para evoluir.

    Durante anos ouvíamos falar do Nº 10 – essa pérola que qualquer boa equipa teria que ter para apurar a qualidade táctica. Mas hoje, em tradução dessa referida evolução, há outras posições que sofreram com o processo evolutivo da geometria em movimento dentro das quatro linhas.

    Ser defesa-lateral está muito para além da simples função de fazer as dobras e ter atenção ao espaço traseiro. Uma ideia clara: durante muito tempo pensou-se que no futebol os defesas tinham apenas a sua função: defender. Vice-versa com os avançados, restando-lhes atacar. Hoje, por exemplo, um ponta-de-lança só será completo se souber interferir na primeira fase de pressão defensiva, sendo Slimani um paradigma desta ideia. Contudo, este comportamento é pontual, já que um avançado só defende quando é necessário. Agora denote-se aquilo que os defesas-laterais têm de fazer ao longo de 90 minutos, numa obrigação de consecutivos fluxos defensivos e ofensivos muitas vezes num só minutos de jogo.

    Por ser tão factual já o escrevera antes: Jorge Jesus é exímio no tratamento desta posição. Entenda-se, também, que caso qualquer equipa tenha no plantel defesas-laterais indiscutíveis na sua qualidade, a titularidade perde discussão. No Sporting deste ano há, em análise pessoal, dois factores determinantes para a alternação, prendendo-se um com o equilíbrio de valências entre os jogadores disponíveis, estando o outro relacionado com a postura de Jorge Jesus, que têm dado preferência à escolha para a titularidade em função das características do jogo que se irá jogar, e não do jogo que se disputou antes. É viável, no entanto, sintetizar as ideias possíveis sobre cada alternativa:

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    Ricardo Gonçalves Dias
    Ricardo Gonçalves Diashttp://www.bolanarede.pt
    O primeiro contacto do Ricardo com a Bola foi no futsal. Mais tarde passaria pelas camadas jovens do Oriental, esse gigante de Lisboa. O sonho acabou algum tempo depois e hoje lida bem com isso. E com a escrita também.                                                                                                                                                 O Ricardo não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.