Quis o destino que o FC Porto iniciasse um ciclo absolutamente decisivo, como é o que se avizinha, sem nenhuma das referências atacantes com que partiu para esta época. Soares era o elemento que restava num setor fustigado por lesões e, agora, também ele não vai poder ir a jogo, em virtude de ter completado a sequência de cinco cartões amarelos.
Mais que as receções a SC Braga, SL Benfica e AS Roma, todas elas decisivas quanto ao futuro dos dragões em três competições diferentes, o foco está antes no confronto com o CD Tondela, que pode dizer muito do estado de espírito com que os dragões vão entrar para as decisões.
‘Abre-latas’ foi a expressão que Abel recuperou esta semana para definir um jogador como Bruno Fernandes, capaz de fazer pender para o lado dos leões um jogo teoricamente equilibrado e, portanto, difícil de vencer. Sérgio Conceição, por seu lado, viu, de uma assentada, grande parte dos possíveis abre-latas deste plantel ficarem indisponíveis e, logo, num período crítico como este.
O técnico portista já deu provas de ter um ‘jogo de cintura’ invejável, capaz de responder até à maior das contrariedades, mas está aí, porventura, o maior dos desafios desde que chegou ao dragão. A equipa cedeu (muito) terreno a um SL Benfica cada vez mais forte e está, por isso, proibida de voltar a vacilar, sob pena de entrar para o clássico muito, muito mais pressionada.
À pressão habitual de se jogar e representar um clube grande como é o FC Porto, junta-se agora o desafio de ter de vencer, dê por onde der, sem peças essenciais como Danilo, Aboubakar, Marega, Soares e, muito provavelmente, Brahimi. A Sérgio Conceição, julgo, falta-lhe apenas sair em grande deste ciclo infernal de jogos para que lhe seja atribuído o estatuto de herói, que já muitos lhe reclamam.
Foto de Capa: FC Porto
artigo revisto por: Ana Ferreira